terça-feira, março 07, 2006

Pátria amada, Brasil!

Meia dúzia de pés-de-chinelo invadem uma das maiores unidades do Exército Brasileiro, no Rio, rendem as sentinelas e roubam armamentos pesados e de uso exclusivo das Forças (Des)Armadas. Humilhados, os velhos generais da ditadura ordenam a ocupação de morros cariocas. Garotos de 18 anos, despreparados e assustados, combatem inimigos invisíveis, crianças, homens e mulheres, muitas vezes drogados, outras tantas alucinados pelo falso poder do tráfico nas favelas. Um exército paralelo do tráfico. Em apenas mais um capítulo de uma guerra que todos sabem que existe, mas não reconhecem... E as vítimas já começam a aparecer, com a morte de um menino de 15 anos que procurava uma vaga num curso de fotografia. Enquanto isso, bem próximo dali, aquele que seria o último dos generais democratas (isso existe?!) manda um vôo comercial que já taxiava parar para que ele entrasse. Não se sabe como um casal que já estava alojado no avião, "voluntariamente", cede o lugar para o embarque do condecorado. Depois de mais uma noite aquartelados, os meninos do Exército, perfilados, às 5 horas, cantam mais uma vez o hino de exaltação à Pátria e deixam as casernas para mais um dia de guerra. Quais serão as próximas vítimas? "Dos filhos desse solo és mãe gentil, Pátria amada, Brasil!"