segunda-feira, julho 04, 2005

A primeira vez, a gente nunca esquece

Dizem que a primeira vez ninguém esquece. E não esqueci a minha. Contrariando uma velha tradição de família, minha primeira vez foi aos 16 anos. Segundo conta meu pai, os homens eram “iniciados”, no máximo, aos 12 (!). E aí eu quebrei outra tradição da família. Não recorri a nenhum dos velhos bordeis da região da Lapa, no Rio. Lá, dizem, meu pai e meus tios tiveram suas primeiras experiências reais com o sexo. Comigo foi bem diferente.
Era também a primeira vez que viajava sozinho com amigos. Fomos a uma pequena cidade de Minas. Na velha rota do trenzinho que saía de Barra Mansa (bons tempos !). Lembro como se fora hoje! Depois de algumas horas dentro do trem, algumas cervejas pelo trajeto – o máximo era viajar no vagão-restaurante –, chegamos ao destino. Logo de cara, a empolgação inflava os peitos de três moleques de Volta Redonda, e que, quando chegavam a Minas, eram tratados como cariocas. Era o máximo!
Esperando o trem, lá estavam todas as menininhas da cidade. A maioria delas longe da mulher ideal. Outras até que bem bonitinhas. Entre essas estava uma loirinha, olhos verdes e corpo bem torneado. O nome dela era Beatriz. A aparência era de uns 16 ou 17 anos. Foi paixão de primeira! “Ela é minha, vi primeiro!”, avisei aos companheiros.
Chegamos cansados, é claro, e fomos para uma das poucas pensões do lugar. Tomamos um bom banho, com água aquecida por serpentinas que passavam pelo fogão a lenha. Nos arrumamos com as melhores roupas e, logo, éramos atrações na cidade. Partimos para um “bar-boite-danceteria” – o único do lugar. Fizemos o maior sucesso, e os matutos, claro, morriam de ciúmes. Mas não teve jeito. A noite era nossa!
No meio da música, que para nós era totalmente fora de moda, lá estava a Beatriz. Foi fácil, já que ela também parecia ter dito o mesmo para as colegas quando cheguei : “Vi primeiro, é meu”. Dançamos, conversamos, trocamos uns beijos e fomos para casa, já de manhã. No dia seguinte, Beatriz, que na verdade tinha 22 anos, foi até a pensão me procurar. Foi aí que aconteceu!
Estava sozinho – meus amigos tinham ido conhecer as cachoeiras. Ela me chamou, conversamos um pouco, depois a convidei para ir ao meu quarto. A desculpa foi ouvir as fitas-cassete com os hits do Rush. Ela sequer tinha ouvido falar nos canadenses. E a coisa aconteceu. Beatriz não era virgem – talvez até já tivesse conhecido o Rush, mas não contou nada, com medo de quebrar o encanto, é claro. Mas notei também que ela não era tão experiente. Longe disso. Mas foi muito bom. Ao som de Subdivisions, finalmente descobrira o sexo. Ficamos oitos dias na cidade, dos quais mais dois foram apresentando à Beatriz o restante das fitas-cassete.
Depois disso, cheguei a Volta Redonda, de maneira diferente. Parecia mais forte, mais bonito, mais homem. Contei a aventura ao meu pai, que se limitou a dizer: “Cuidado daqui para frente!”. Depois da aventura em Minas, houve várias outras. A cada vez, uma nova descoberta. A cada relacionamento, uma nova maneira de se conhecer sobre o sexo, redescoberto a cada nova “beatriz”.
Sou grato a Beatriz até hoje. Foi ela quem me apresentou o sexo. E foi ela também quem contribuiu para que eu seja apaixonado pela Michely, minha esposa. Afinal, Beatriz me apresentou o sexo, que foi aperfeiçoado milhões de vezes com a Michely, que me apresentou o amor. Que o diga a nossa filha, Maria Eduarda, que nasce em pouco tempo.
A Beatriz? Nunca mais a vi. Mas a primeira vez, a gente nunca esqu
ece.

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Tive sorte e azar na minha primeira vez. Sorte porque foi com minha primeira paixão, uma menina linda, que vou omitir o nome por educação. E azar porque demorei muito pra descobrir como sexo é bom. Só começei aos 18...é muito tempo pra esperar cara! Apesar de todos os sarros, mão na coisa, coisa na mão, a primeira mesmo, pra valer foi mesmo entrando na maioridade. Mas valeu a pena, foi ótimo, e eu era simplesmente louco pela garota. Hoje, os parâmetros são outros, sou casado e o relacionamento (na cama) com a minha esposa está muitos anos luz a frente da primeira vez,mas vale aquela máxima...sexo, quando é ruim é bom, quando é bom, é ótimo!

julho 04, 2005 6:46 PM  

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