quarta-feira, outubro 25, 2006

Mercado da Fé

Já li e ouvi várias matérias sobre o chamado "mercado da fé". Geralmente, os grandes alvos são as denominações evangélicas, ou as similares, como a Igreja Universal e suas famosas "fogueiras-santas" (vale aqui três registros: não considero a Universal como uma denominação evangélica; eu mesmo sou evangélico - longe de ser um modelo; e respeito todas as manifestações religiosas e, principalmente, de fé). Mas essa última é, no mínimo, contragedora. É que o "pop-star-radialista-dublê-de-cantor-hora-ator-e-às-vezes-até-padre", Marcelo Rossi, agora resolveu cobrar para que assistam as suas missas. Segundo Rossi, o preço é "simbólico" - R$2,00 - e serve para "limitar a lotação" dos locais aonde as missas são realizadas. Detalhe: a primeira cobrança será num evento realizado em Interlagos. Como lá deve caber em torno de um milhão de pessoas, Rossi deve querer evitar ama provável superhipermegalotação.
Não acompanho muito a trajetória de Marcelo Rossi, confesso, mas em alguns de seus momentos na TV vi que muitas pessoas que procuram suas missas são, por exemplo, desempregadas. Existe até uma cerimõnia especial para quem quer procurar emprego. As pessoas levam suas carteiras de trabalho para serem aspergidas em "água-benta". Rituais parecidos também acontecem em muitos templos evangélicos, e até de outros credos. Mas como essas pessoas, agora, que às vezes vão às igrejas a pé, já que não têm dinheiro nem ao menos para uma passagem, poderão buscar as bênçãos de Deus, ou do "padre-pop-star"? Parece-me mais a instiuição da acepção de pessoas. Que Deus perdoe a todos os mercadores da fé, eles não sabem o que fazem. Ou sabem?