quinta-feira, agosto 25, 2005

Jornalista ou Roteirista?

Às vezes me questiono sobre como tem sido a atuação da imprensa em todo este escândalo político. Para minha tristeza tem sido, digamos, equivocada. Irresponsável também caberia em alguns casos. Se formos analisar, por exemplo, a desastrada atuação do Ministério Público Paulista na divulgação dos depoimentos de Buratti em suas versões ainda "soltas", a mídia embarcou - e comprou - as mesmas falácias. Pode até ser que Palocci ande pendurado no mesmo puleiro do PT - apesar de sua contundente intervenção, numa entrevista coletiva que deveria ter sido feita há tempos por Lula e Dirceu - mas o massacre que sofreu da mídia baseado apenas na palavra de Buratti foi injusto. Parece que o Caso da Escola Base ficou mesmo no esquecimento.
O que falta à imprensa é um cuidado maior na apuração. Falta aquela última checagem. Aquela que pode salvar a carreira do repórter. A imprensa, estranhamente, anda muito sedenta por alguma novidade. Não basta somente suitar, tem que ter novidade. Nem todo o dia acontecem novidades, afinal. As redações, que geralmente têm cada uma o seu deputado ou senador de plantão como fonte, não checam os fatos por um todo. Não ouvem mais todas as versões. Estão preocupados mais em fazer novela, com um capítulo inédito e surpreendente a cada dia, quando seria mais simples fazer jornalismo. Afinal, somos jornalistas ou roteiristas?