segunda-feira, novembro 28, 2005

Dono do Mundo?

No início, era só um sistema de busca. Depois, o Google ensinou ao mundo como ganhar dinheiro com a internet. Agora, ameaça os negócios de mídia, software, telefonia e varejo. Onde vai parar?

As questões de ética e democracia que assombravam a mídia no século 20 foram engolidas por um onipresente software de busca e relacionamento que começou como projeto acadêmico no final dos anos 90: o Google. Os números da empresa: 109 bilhões de dólares é o seu valor de mercado na bolsa, mais que Oracle, Time Warner e Coca-Cola. 5,2 bilhões de dólares foi o faturamento nos últimos 12 meses o Yahoo!, seu concorrente direto, faturou 4,8 bilhões. 437.000% foi o crescimento das vendas nos primeiros cinco anos, um dos maiores em toda a história dos negócios.
Pense no seu dia-a-dia uns dez anos atrás. Não havia internet, não havia correio eletrônico, não havia celular. E não havia Google. "Sabemos que uma tecnologia pegou mesmo quando ela faz parte da nossa vida", disse Adam Bird, vice-presidente sênior e responsável pela área de mídia da consultoria Booz Allen Hamilton. "Não concebo a minha sem o Google." Assim como ele, pelo menos 380 milhões de pessoas usam todo mês o mais popular serviço de busca do planeta para achar de tudo - no Brasil, o Google atende 18 milhões de usuários por mês e responde por mais de 70% das buscas na internet. Procura um dentista? No Google tem. Celular novo? Pode ir ao Google. Xampus? Minério de ferro? Google nele. Quer saber das últimas notícias? Tente o Google News. Sabe aquele livro, como era o nome mesmo? Está lá no Google Print. E aquela citação? A foto de satélite? O vídeo? Os blogs? Aquela música? O e-mail perdido? A ex-namorada? Aquele amigo chato do colégio? Deixa que o Google acha. E o que ainda não está no Google logo estará. A missão declarada da empresa é "organizar a informação do mundo e torná-la universalmente acessível e útil".
Traduzindo em bom português, o Google parece simplesmente querer dominar o mundo.

Fonte: Revista Exame