domingo, janeiro 22, 2006

Pra paulista ver

Primeiro foi o Galvão Bueno, devidamente expulso das transmissões de futebol para o Rio. Afinal, uma daquelas muitas pesquisas que a Globo faz mensalmente – e que, claro, não são divulgadas – mostram que os cariocas detestam as chatices crônicas do Galvão. Então, restou para o locutor-jabazeiro-promote, o Campeonato Paulista, os jogos com times paulistas do Brasileiro, e – infelizmente – os jogos da Seleção.
O mais recente “deportado” é Regis Rosing. E que chato. No começo da carreira era até engraçadinho... Eram diferentes aquelas passagens no momento exato do gol... “O cara é foda!”, diziam alguns incautos, como eu! Mas depois que você começa a vê-lo em ação durante as partidas, o tempo todo atrás das traves tentando pegar um lance para “narrar” um gol durante uma passagem, você desmonta a farsa.
E depois você até se pergunta:
- Mas como um cara pode fazer a matéria de uma partida de futebol sem se ligar nos detalhes do jogo?
Muito fácil. Fácil mesmo. O Regis faz seus textos em cima das imagens. Não é fácil? Não requer prática, habilidade, nem tampouco apuração... Basta narrar uma historinha repleta de verbos, marca registrada das matérias dele. Quem não sem lembra de “tentou, chutou, caiu, rolou, levantou gritou... (aí entra a imagem de um maluco na arquibancada vestido de anjo e, pronto, é a deixa pra mais um verbo), rezou!”.

Mas não colou mais no Rio, e... São Paulo no Regis.
Quem agora tem que se cuidar é Tadeu Schmidt. Ou será que aquelas piadinhas sem graças para narrar um gol, ou aquela interatividade com os cenários, bisonhas, vai agradar alguém por mais tempo? Claro, quando falo “alguém” não me refiro aos paulistas. Lá, em São Paulo, sempre vai haver um lugarzinho pra caras como Galvão Bueno, Regis Rosing e Tadeu Schmidt. E não é bairrismo não! E que os paulistas são tão “tudo mais do que a gente”, que, admito, não sei reconhecer um talento quando me deparo com um como eles...
Aposto que se algum paulista estiver lendo esse post já deva estar me criticando: “... ô meu! Esse cara deveria estar fazendo uma reciclagem para agregar mais valor aos seus comentários! Desse jeito vai acabar sendo by passado...”. Ou coisas desse dialeto tão rico, em verbos....aliás, como as matérias do Regis Rosing.
A verdade é que, para quem trabalha na Globo, o auge da carreira é trabalhar em São Paulo. Pra mim, apenas sinônimo de chatice.

5 Comments:

Anonymous Anônimo said...

A saída do Galvão foi a melhor "negociação" do futebol carioca nos últimos anos. Só isso já bastaria para me deixar feliz.

janeiro 22, 2006 2:34 PM  
Anonymous Anônimo said...

Meu querido amigo Marcelo,
Permita-me jogar m... no ventilador em relação ao seu texto "Pra paulista ver". Estou morando em São Paulo - mais exatamente São Bernardo do Campo - vai fazer dois anos em julho. Mas todo dia me exercito no "carioquês" em frente ao espelho para não correr o risco de falar "tá ligado?", "não estou einteindeindo", "ô, meu!" e a tradicional "um chopps e dois pastel" (isso não é folclore, o pessoal fala mesmo). Sou Fluminense - de nascença e no futebol. Por tudo isso, estou isento e fico à vontade para comentar o seu comentário. Se ele fugir um pouco do foco, releve. Na avaliação da Globo (e de grande parte dos brasileiros), Galvão Bueno é o melhor narrador-comentarista-juiz-jabazeiro do País. Também diverte grande parte dos brasileiros o Regis Rosing, com suas matérias. Os detalhes que você apresentou sobre a forma como faz as matérias são interessantes, mas, querendo ou não, é legal de assistir. Agora, o Tadeu Schmidt realmente é difícil de aturar. E para a tristeza (ou alegria) dos paulistas e de quem não é mas está aqui, o Tadeu já cobre/apresenta para a rede SP. Aí, paciência...
Mas, se a Globo acha que esses caras são os bam-bam-bams, ela os traz para o futebol bam-bam-bam, que é esse aqui da terra da garoa. Dói dizer, meu caro, mas dá gosto de ver os jogos do Paulistão. Aí logo penso nas equipes do Rio. Tirando o nosso Fluzão - e olhe lá, já que derrapou na curva do final do Brasileiro e deixou a última vaga da Libertadores para... uma equipe paulista -, a situação está feia. Parece-me que o Botafogo está bem, mas um amigo botafoguense sempre diz: "não me iludo mais com o meu time...". Assisti neste domingo à partida entre Santos e Marília. Assim, de bate-pronto, nos pareceria comparar um jogo entre o Flamengo dos bons tempos e o São Cristóvão (nada contra esse time, especialmente porque minha mãe torce por ele). Entretanto, se o Marília jogar com qualquer time do Rio (incluindo o Fluminense), corre o risco de vencer. Se enfrentar outros times como o Flamengo (de hoje), aí é chocolate na certa...
Bem, sorte a de vocês que o Galvão não está aí. Por aqui, ele aparece de vez em quando. Quem comanda, por enquanto, é o Cleber Machado. Mas vocês têm outra sorte: não precisam assistir ao Márcio Canuto fazendo matéria sobre Globo na Comunidade no SPTV, cobrando promessas de melhorias na cidade (buracos, etc). Dá pra imaginar a performance dele? "Ôrra, meu"...
Deus te abençoe, meu querido afilhado!

janeiro 23, 2006 6:41 AM  
Anonymous Anônimo said...

Paulinho, amigo. Saudades, padrinho! Não concordo muito que o Marília ganhasse de goleada de qualquer time aqui do Rio, principalmente do nosso Fluzão. Certamente a goleada seria nos times mais fraquinhos (Portuguesa, Flamengo -A e B). Acho o futebol daí desprovido de malandragem e toque de bola. É só correria... Há, você bem lembrou, o Cléber Machado também não tá aí por acaso, é outra mala global!
Abraços.

janeiro 23, 2006 1:03 PM  
Anonymous Anônimo said...

Muito boas as suas observações amigos. Esses caras são uns "gols contra" pra dedéu

janeiro 24, 2006 3:52 AM  
Anonymous Anônimo said...

Paulo Roberto faz o seguinte, arrume sua mala e volte pra sua cidade. Se la é tão bom pq foi embora ? Pq o Rio de Janeiro ta falido ! Infeliz seu comentário !

fevereiro 25, 2008 10:29 PM  

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