sexta-feira, abril 21, 2006

Boa noite, boa sorte

Estamos no início dos anos cinqüenta, em plena era do rádio, a televisão regular começou há pouco, no fim da guerra, guerra nítida entre o bem e o mal que todos acreditam será a última. A tecnologia ainda é precária mas compensada pelas imagens fortes, em big-close. O nascente telejornalismo ainda não encontrou o seu caminho mas está impregnado pelo espírito romântico, altruísta e cívico da imprensa.
De repente, a inquisição, a intimidação, o terror político na pessoa do senador Joseph Mccarthy dirigido contra artistas, contra intelectuais e dirigido sobretudo contra os estúdios de Hollywood que precisavam ser controlados.
Poucos tiveram a coragem de enfrentar o macartismo. Edward ou Ed Murrow, o Stone Face, cara de pedra, enfrentou a histeria e venceu.
"Boa noite, Boa sorte" estava indicado para seis categorias do Oscar. Não ganhou nenhum. Isso acontece. Mas este modesto filme curto, em preto e branco, está mexendo com a alma de muita gente. Sobretudo jornalistas e telejornalistas.
O macartismo está sendo revivido e não apenas nos Estados Unidos, também aqui. Mas o segredo deste filme é a sua capacidade de reviver algo que estamos esquecendo - o idealismo. Ele ainda existe?