sexta-feira, novembro 10, 2006

O FUTURO DOS JORNAIS

Gannett deposita esperança em jornalismo cidadão

A Gannett, maior cadeia de jornais dos EUA, anunciou seus planos de publicar matérias com informações de blogueiros, internautas que participam de grupos de discussão online e outros não-jornalistas. A iniciativa seria uma tentativa de reconquistar a atenção de leitores que trocaram de vez o papel pela rede e pela televisão.
O grupo, que cuida de 90 jornais – incluindo o maior do país, USA Today –, espera que o chamado "jornalismo cidadão" impeça a atual tendência da indústria de queda de circulação e receita publicitária.
Segundo Michael Maness, vice-presidente de planejamento estratégico do Gannett, trata-se de uma "reestruturação fundamental" no jornalismo diário do grupo – que também planeja unir as operações impressa e online no USA Today e outras de suas publicações.

Cobertura aprofundada

A manobra para incluir "jornalistas cidadãos" nos "quadros" da empresa, dizem os executivos, permite que os jornais abordem de maneira mais profunda áreas de conhecimento que não são dominadas por muitos jornalistas. O News Press, na Flórida, por exemplo, já recrutou engenheiros, contadores e outros leitores para examinar documentos e determinar por que a ligação de serviços de água e esgoto em casas novas era tão caro. O jornal publicou uma série de artigos feitos com o apoio destes leitores sobre o assunto.
Jay Rosen, professor de jornalismo da New York University, diz ter ficado impressionado com o experimento do jornal da Flórida. "Se esta for a direção seguida pelos outros jornais do Gannett, poderemos aprender muito com ela".


Informações da AP [7/11/06]

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

O Gannett está fazendo o que qualquer publicação especializada faz (ou deveria fazer) com matérias cujos temas exigem um conhecimento específico, que o jornalista não tem. Quando trabalhava em revistas segmentadas, usávamos não-jornalistas como consultores. Além disso, quando uma matéria era assinada por um colaborador técnico, ela transmitia credibilidade ao leitor. Engenheiros, médicos, advogados, historiadores e outros profissionais escreviam o texto e nós fazíamos o trabalho de copidesque. Poucas jornais diários têm essa preocupação. O resultado é que publicam um monte de besteiras. Concordo que falta tempo, mas muitos repórteres não sabem apurar e não querem reconhecer para a fonte que não entenderam nada do que ela acabou de falar.

novembro 14, 2006 4:08 PM  

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