sábado, janeiro 20, 2007

Cratera nas redações

De muitas maneiras, tudo começa e termina nas redações. Especialmente dos jornais. O acidente com a estação na Linha 4 do metrô de São Paulo é tipicamente uma dessas tragédias anunciadas, que só se consumam com a negligência continuada, entre elas a das redações de jornais.
Acidentes quase nunca são ocorrências lineares, resultado de um único fato, mas a somatória de um conjunto de situações – como costumam revelar as investigações de desastres aéreos.
Qual a colaboração da mídia, em particular dos jornais, no caso do metrô paulistano?
Num primeiro momento, desatenção no acompanhamento de uma obra executada numa área crítica – tanto em termos de geologia quanto de ocupação urbana – que vinha dando sinais de alerta. Num segundo, falha de discernimento envolvendo argumentos inaceitáveis apresentados pelas equipes técnicas do consórcio que executa das obras. Só quase uma semana depois do acidente é que o noticiário dos jornais atina com alguma lógica, envolvendo o que realmente deve estar por trás do desmoronamento do poço da estação do metrô, que engoliu veículos e pessoas como num terremoto localizado.
A culpa, afinal, será de são Pedro, ou são Guttenberg?.