O papa não é pop, mas assiste TV
Terminou a temporada pontifícia, mas se a mídia, sobretudo a mídia impressa, souber reaproveitar os temas que afloraram nos últimos dias, poderá produzir uma pauta capaz de contrabalançar o pauperismo da atual discussão política. Estado laico, separação entre Igreja e Estado, concordata com o Vaticano, eram questões reservadas às altas esferas e agora estão na agenda cotidiana. Mas não se pense que elas dizem respeito apenas à Igreja Católica. A defesa do laicismo interessa também – e muito – a todos os que assistem ao loteamento desenfreado da nossa mídia eletrônica por confissões religiosas. A separação entre Igreja e Estado não deve confinar-se às pressões para oficializar o ensino religioso nas escolas públicas: deve transbordar obrigatoriamente para o Congresso onde já desfilam se exibem partidos religiosos monolíticos empenhados em fomentar a intolerância. A crítica do papa Bento XVI à erotização da mídia não se refere ao jornalismo, mas à teledramaturgia que galvaniza as audiências graças a uma apelação sexual barata. Não é todo o dia que se vê um papa observador da mídia. Vale a pena aprofundar suas provocações. Definitivamente, o papa não é pop, mas assiste TV.
2 Comments:
O melhor da visita do papa é que ele condenou tanto o aborto que o assunto vai continuar em pauta nos próximos meses. Pelo menos isso.
Realmente, este papa veio pra provocar. Tem um jeito bem diferente do conciliador João Paulo II. Até ensino religioso católico ele propôs..
Ele não é pop como o JP, mas foi mais simpático do que se esperava.
E veio firmar posições, doa a quem doer. Gosto da atitude firme do 16, mas discordo de algumas posições.
Link do blog: http://ovencedornews.blogspot.com
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