terça-feira, agosto 08, 2006

Companheiro Comandante!

Em um dos mais importantes momentos na história de Cuba, com o longevo e forte Fidel Castro transferindo o poder a seu irmão, jornalistas estrangeiros estão sendo proibidos de entrar na ilha. A agência de notícias alemã Deutsche Presse-Agentur afirmou que mais de 150 jornalistas estrangeiros tentando entrar em Cuba com visto de turista foram barrados no aeroporto de Havana desde que o governo anunciou que Fidel estava com hemorragia interna e teria de passar por uma cirurgia delicada. Em Cuba, jornalistas precisam ter visto de trabalho para exercerem a profissão legalmente.
O Comitê para Proteção de Jornalistas (CPJ) emitiu um comunicado pedindo que Cuba permita a entrada de jornalistas estrangeiros na ilha para "trabalhar sem ser perseguidos".
Silêncio na ilha
Onze anos à frente de uma agência de notícias independente do governo em Cuba é um feito para poucos. Mas Nancy Pérez-Crespo não teve uma trajetória fácil ao dedicar seu tempo à Nueva Prensa Cubana, agência sem fins lucrativos que conta com 21 jornalistas independentes baseados na ilha.
Com o futuro do país incerto devido ao quadro de saúde de Fidel Castro, o trabalho de Nancy ficou ainda mais frustrante. "Nada está sendo noticiado essa semana", afirmou. "Desde terça-feira tudo o que se sabe é que a população está calma, há muito silêncio e as tropas estão se movimentando."
O governo cubano sempre denunciou grupos como a Nueva Prensa Cubana como sendo frentes do governo americano, chamando os jornalistas colaboradores de mercenários e traidores. Vários jornalistas foram presos por colaborarem com inimigos do governo cubano. Há registros de que 25 deles cumprem penas de até 27 anos, segundo o CPJ. Nancy afirma que não recebe dinheiro do governo dos EUA. Para manter a agência conta com doações de amigos e associados, assim como de sua própria família.

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

A situação no governo de Cuba deve estar um "pega pra capar" danado. Será que Raul Castro manda realmente ou é um fantoche? Se ele manda mesmo, deve estar fazendo das tripas coração para segurar o pessoal que quer o espólio de Fidel. Sem falar nos EUA e nos exilados cubanos em Miami. Já existe até um grupo paramilitar na Flórida treinando para uma invasão na Cuba pós-Fidel. Pensando bem, até dá para entender o porquê de tanta censura aos jornalistas (embora eu não defenda esse tipo de atitude).

agosto 11, 2006 5:39 PM  
Anonymous Anônimo said...

Continuando...Não concordo com a repressão dura que Fidel fez durante esses anos, mas reconheço que ele fez pelo país o que nós nem sonhamos por aqui. Estive em Cuba no final dos anos 80 (antes da URSS acabar) e vi muitos pontos positivos, principalmente na saúde e na educação. É verdade que ele nivelou o padrão econômico por baixo, com salários irrisórios, mas não havia essa miséria que vemos aqui. A situação mudou com o fim da URSS, mas não chega aos pés do que ocorre hoje no Brasil. É provável que esse sistema desmorone. Pode ser até que estoure uma guerra civil ou Bush tente criar ali um novo Iraque. É uma pena.

agosto 11, 2006 5:50 PM  

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