sexta-feira, maio 25, 2007

Parei.

Encerro hoje minhas postagens neste blog. Não sei o motivo de ter começado aqui. Nem o motivo de aqui parar. Só sei que me despeço de todos que algum dia por aqui estiveram. Opinaram ou não. Gostaram ou não. Agradeço a todos. Terei saudades!

Abraços.

quinta-feira, maio 24, 2007

Ato Falho (?)

Depois do jogo de ontem, 24/05, entre Botafogo e Figueirense, pelas semifinais da Copa do Brasil, o repórter da Band, Fernando Fernandes, entrevistou, ainda em campo, o jogador do Figueirense e ex-botafoguense, Ruy. Fernando tentava arrancar do atleta uma declarção polêmica, em tom de vingança, já que Ruy tinha sido demitido pelo Botafogo e, agora, estava no time que acabara de eliminar o alvinegro carioca. Mas Ruy evitou aceitar as provocações e, visivelmente emocionado, preferiu agradecer à família e lembrar de um momento difícil que ele vivia:
- Estou muito emocionado, já que, exatamente hoje, faz um mês que meu pai, meu maior incentivador, faleceu - disse Ruy, visivelmente emocionado.
Foi aí que Fernando Fernandes se superou. Antes mesmo que Ruy terminasse de falar do pai, o repórter interrompeu e tascou a pergunta:
- Como é o nome dele? Manda um alô aí pro seu pai, Ruy!
Sem comentários.

domingo, maio 20, 2007

É isso

"Não poríamos a mão no fogo pelas nossas opiniões: não temos assim tanta certeza delas. Mas talvez nos deixemos queimar para podermos ter e mudar as nossas opiniões."

Friedrich Nietzsche

sexta-feira, maio 18, 2007

País da democracia?

A partir desta semana, os militares norte-americanos no exterior, especialmente os destacados para o Afeganistão e Iraque, não terão mais acesso à uma lista de 10 sites cujo conteúdo é basicamente criado por usuários.
O Pentágono explicou que a medida visa economizar largura de banda, mas o jargão técnico não esconde a clara intenção de evitar que soldados vejam, através do YouTube, cenas filmadas por amadores mostrando o drama das populações civis afetadas pela ocupação norte-americana no Iraque e no Afeganistão.
A censura "disfarçada" nivela o Pentágono a vários outros países do mundo onde as autoridades tentam controlar o acesso à internet, temendo as conseqüências políticas da diversidade de opiniões e posicionamentos publicados na rede. Os Estados Unidos sempre criticaram a China pela censura à internet e agora usam o mesmo expediente. Santa democracia!

quarta-feira, maio 16, 2007

Rádio para ler e ouvir

A Rede Pública de Rádio dos Estados Unidos, a NPR traz a multimídia em um passo mais adiante. O site coloca no ar notícias exclusivamente em texto e outras em texto/áudio, onde é possível ler o conteúdo, na íntegra, ao mesmo tempo em que (ou em vez de) ouvir a reportagem. O modelo tem a vantagem de ser adaptável ao ouvinte/leitor. Se o momento não lhe permite ouvir determinada reportagem, você pode lê-la. Mas se o contrário ocorrer e você não tiver a possibilidade de ler o texto, basta clicar no link e escutar a notícia.
No caso das emissoras
Clear Channel, o distanciamento do modelo de rádio tradicional é ainda maior. Aqui o conceito multimídia é levado adiante. Há as notícias em texto e em áudio, como nas rádios acima. Mas há também uma versão que mistura as duas mídias. Nesse último caso, as reportagens trazem o texto escrito e, ao mesmo tempo, sons que complementam a notícia. Não são o texto e o áudio trazendo a mesma informação. São texto e áudio se complementando, com informações distintas.
Há por exemplo, o caso de um policial que passou mal por comer um bolo feito de maconha. O texto da notícia situa o leitor, explicando o que ocorreu. Mas, ao mesmo tempo, é possível ouvir a ligação que o policial fez para o 911 (serviço de emergência dos EUA). O áudio é apenas um plus para o internauta, sem ser essencial para a compreensão da notícia lida. É um bom exemplo de multimídia. E mais ainda, um bom exemplo de como velhos meios estão se adaptando às novas tecnologias.

segunda-feira, maio 14, 2007

O papa não é pop, mas assiste TV

Terminou a temporada pontifícia, mas se a mídia, sobretudo a mídia impressa, souber reaproveitar os temas que afloraram nos últimos dias, poderá produzir uma pauta capaz de contrabalançar o pauperismo da atual discussão política. Estado laico, separação entre Igreja e Estado, concordata com o Vaticano, eram questões reservadas às altas esferas e agora estão na agenda cotidiana. Mas não se pense que elas dizem respeito apenas à Igreja Católica. A defesa do laicismo interessa também – e muito – a todos os que assistem ao loteamento desenfreado da nossa mídia eletrônica por confissões religiosas. A separação entre Igreja e Estado não deve confinar-se às pressões para oficializar o ensino religioso nas escolas públicas: deve transbordar obrigatoriamente para o Congresso onde já desfilam se exibem partidos religiosos monolíticos empenhados em fomentar a intolerância. A crítica do papa Bento XVI à erotização da mídia não se refere ao jornalismo, mas à teledramaturgia que galvaniza as audiências graças a uma apelação sexual barata. Não é todo o dia que se vê um papa observador da mídia. Vale a pena aprofundar suas provocações. Definitivamente, o papa não é pop, mas assiste TV.

quinta-feira, maio 10, 2007

Fé em deus e pé na tábua!

A semana no Brasil será decididamente religiosa. Ou pelo menos voltada para assuntos religiosos, o que não é a mesma coisa. A visita do Papa Bento XVI ao Brasil, mais especialmente a São Paulo, deve absorver as atenções da mídia e agravar a sua conhecida tendência para a concentração temática.
As edições do fim de semana ofereceram amostras do conteúdo que deve predominar a partir da quarta-feira (9/5). A amostra mais interessante foi a manchete de domingo (6), da Folha de S.Paulo, com o resultado da sua sondagem sobre a fé religiosa dos brasileiros.
Não chega a surpreender a constatação de que 97% dos entrevistados acreditam em Deus e que, destes, 64% são católicos, 22% protestantes, 5% professam outras religiões, 6% não têm religião e 3% são agnósticos ou céticos.
Tudo muito legal e ilustrativo. O problema é que, enquanto os olhos da mídia se voltam para o papa, aqueles que se acreditam como deuses (ou se assumem como diabos) continuam em suas rotinas de aumentar salários, chamar umas de prostitutas, outras de feias... Enquanto o gaiato diz que não se mete em briga de "mulheres"... o que mais virá?

sábado, maio 05, 2007

A morte de Octavio Frias de Oliveira

A morte do empresário Octavio Frias de Oliveira, publisher do Grupo Folha, gerou uma seqüência de homenagens e reverências em número e tom bem acima do que se costuma testemunhar no país.
Seu Frias, como era tratado, secundado por seus filhos, introduziu conceitos e visão empresariais na condução de um projeto de renovação do jornalismo brasileiro, tanto em matéria de produção de conteúdo quanto no aspecto do marketing e negócios.
Na descrição feita pelo jornal
Valor Econômico, Frias foi "um dos mais importantes brasileiros do setor de comunicação no século XX. Ele mudou a imprensa brasileira, depois de ingressar no ramo, já aos 50 anos, com a aquisição da "Folha", em sociedade com Carlos Caldeira Filho, em 1962.
Sob seu comando, continua o Valor, "a Folha tornou-se peça central de um poderoso grupo de mídia, com presença no setor gráfico e de informação eletrônica. Folha-UOL S.A. (holding) é o segundo maior grupo de comunicação do país, atrás das Organizações Globo. Folha e Globo controlam juntos o Valor. Frias fez da Folha um jornal ousado, cujo sucesso se baseou na independência. Em suas palavras: `A independência não é fácil. As tentações são muito grandes e ocorrem todos os dias. Mas não há preço que a pague. E está aí um dos sucessos da Folha´".
Frias disse que preferia ser lembrado como homem de negócios – uma descrição exata do que foi. Como empreendedor, administrou suas empresas com um misto de ousadia nos objetivos de longo prazo e notável prudência e parcimônia na gestão do dia-a-dia.

O empresário em ação

As apostas de Frias na Folha, e depois na diversificação, deram certo. Em 1996, a Folha atingiria tiragens recordes de 1,5 milhão de exemplares e conseguiria também a supremacia nos classificados. Nos últimos anos, o jornal consolidou sua posição no mercado, apoiado em seus princípios editoriais de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência. O grupo que Frias dirigiu faturou R$ 765 milhões em 2006 e tem a maior empresa de internet da América Latina, o UOL, com 10,67 milhões de visitantes únicos domiciliares.
O mais interessante, em Frias, era seu estilo pessoal de conduzir jornalismo e negócios, sem permitir que os princípios das duas atividades colidissem. Coube a ele, por exemplo, aprofundar o espírito de autocrítica que acabou sendo importado por toda a linha de frente da imprensa brasileira. Essa prática incomodou muito, e ainda incomoda, jornalistas que preferiam o mau hábito de esconder seus erros em vez de admiti-los publicamente.