terça-feira, maio 31, 2005

Dois

Dois...
Apenas dois.
Dois seres...
Dois objetos patéticos.
Cursos paralelos
Frente a frente...
...Sempre...
...A se olharem...
Pensar talvez:
“Paralelos que se encontram no infinito...”.
No entanto sós por enquanto.
Eternamente dois apenas.

segunda-feira, maio 30, 2005

Significado do Nome

Maria Eduarda é aguardada para meados de outubro. Enquanto isso, cresce calma no ventre da Michely. O nome veio por acaso, apesar de ter sido escolhido antes mesmo de sabermos que nossa filha viria. Só agora descobri o significado deste nome composto: Maria Eduarda.
Maria: Hebraico, significa senhora soberana. Nome que indica serenidade, força vital e vontade de viver. Consideram o dinheiro necessário, mas não essencial.
Eduarda: Significa guarda das riquezas e indica uma pessoa talentosa e dinâmica, que se realiza em trabalhos que a estimulem a pensar, pesquisar e aprender mais. Quem tem esse nome é também muito comunicativo.

Parece que, mesmo sem querer, encontramos um nome equilibrado. Mas o significado maior de Maria Eduarda é VIDA. Maria Eduarda, minha filha, agora você significa vida, a minha vida!

domingo, maio 29, 2005

Falar sem abrir a boca

Engenheiros da NASA estão desenvolvendo uma tecnologia que detecta e transforma os movimentos da garganta em palavras, antes mesmo que elas sejam faladas. De acordo com o cientista-chefe da área de neuroengenharia da agência espacial norte-americana, Chuck Jorgensen, a tecnologia totalmente desenvolvida permitirá até mesmo conversar debaixo d'água.
O princípio do mecanismo desenvolvido pela NASA é baseado nos movimentos da língua e lábios que as pessoas fazem enquanto pensam ou fazem leituras de texto, inconscientemente. Um eletrodo posicionado na garganta capta os sinais elétricos enviados às cordas vocais e os direciona a um software que simula a rede cerebral, amplificando e traduzindo-os em palavras.
Bem, nesse ritmo, fica a penas uma pergunta: onde vamos parar?

sábado, maio 28, 2005

Investir em pessoas

Em entrevista concedida ao jornal La Nación e publicada na edição de segunda-feira (18/05), Arthur Sulzberger Jr., diretor do The New York Times, disse que o sucesso do diário está relacionado ao reinvestimento de lucros na empresa e ao "jornalismo de qualidade" praticado no NYT. O jornal aumentou sua circulação e teve lucro anual de mais de US$ 300 milhões. Também tem o site de notícias mais visitado do mundo. Sulzberger tem 53 anos e comanda o NYT há mais de dez.
Destaco abaixo o que considero um dos momentos mais importantes da entrevista de Sulzberger, quando fala sobra a valorização dos profissionais. Vejam:


La Nacion - O senhor sempre defendeu grandes investimentos no jornalismo porque acredita em retorno a longo prazo. Ainda mantém essa premissa?

SULZBERGER: É claro! Vou te dar um exemplo: como ocorre em todos os jornais dos Estados Unidos, a publicidade que chega hoje ao “Times” é bem menor do que foi na década de 90. Gostaríamos de manter nossas margens de lucro. A maneira de conseguir isso é investindo na qualidade do jornal. No ano passado, reforçamos as editorias de cultura, viagens, crítica literária, imóveis e outras. E melhoramos o sistema de computador dos repórteres para facilitar seu trabalho, além de investirmos em políticas de recursos humanos. O principal patrimônio doNYT são seus profissionais. Tudo isso exigiu um grande investimento, num momento em que cortávamos gastos na empresa. Este ano, faremos algo similar. Criaremos uma nova seção, dedicada aos jovens, e vamos reforçar a seção de negócios, que é publicada de segunda-feira a sábado. Esses são investimentos que dão retorno: nosso índice de leitura sobe e a publicidade
dessas seções cresce.

sexta-feira, maio 27, 2005

A Festa

Brasil, anos 70. Jovens estudantes e jornalistas lutam pela liberdade. Um conflito na praça, uma festa entre quatro paredes, diálogos teatrais. Notícias de jornais cortes de cinema e videoclipe. Caos, desordem, mentira. Sexo e dor. Uma história de amor. Falo aqui do que considero um dos livros mais violentos, eróticos e implacáveis que li: “A Festa”, de Ivan Ângelo. Um romance cheio de emoção, deslumbrante em sua ousadia. Em minha modesta opinião, um clássico da literatura brasileira, tato que já foi traduzido em diversos idiomas. Uma lição de como escrever bem e, ao mesmo tempo, refletir sobre a condição humana e o destino do nosso país. Este livro, sem dúvida, facilita o necessário e mais produtivo esporte diário, para o corpo e para a alma: a leitura.

quinta-feira, maio 26, 2005

No Escuro

No meu abrigo noturno eu procuro ler meus sonhos, mas sei que o que eu preciso e aprender a enxergar no escuro.
E me acostumar com o espaço que o meu próprio corpo ocupa.
E ver com a clareza independente da luz.
A luz é projeção do que procuro entender.
O que preciso é aprender a enxergar no escuro.

quarta-feira, maio 25, 2005

4 a 3

4 a 3. Parece até placar de clássico do futebol. Resultado digno de um Fla-Flu dos velhos tempos, sempre equilibrado. Equipe com craques fenomenais e ataques impiedosos. Mas falo aqui não do resultado de uma simples partida de futebol. Esse foi o placar que condenou Elias Maluco pelo assassinato do jornalista Tim Lopes. A equipe da promotoria, bem treinada e com preparo físico inapelável, conseguiu marcar quatro belos gols e calar a torcida adversária (será que Elias Maluco tinha torcida? Talvez sim, afinal, além de ter um time completo de advogados para defendê-lo, até uma esposa ele arranjou.). Mas o resultado apertado causou espanto aos cronistas. Todos previam uma goleada massacrante: 7 a 0 era o placar que liderava os “bolões”. Mas, assim como o futebol reserva muitas surpresas, a Justiça também inspiraria o lendário filosofo do futebol, Nenê Prancha. “- A Justiça é uma caixinha-preta de surpresas”, diria o sábio. E não é que o pior (ruim, mau, triste e asqueroso) time de Elias Maluco entrou em campo com a vantagem de três gols: homicídio triplamente qualificado, formação de quadrilha e ocultação de cadáver. Quase houve um empate! Mas os cartolas advogados não se deram por vencidos, e acreditam que ainda podem evitar o rebaixamento de Elias Maluco, no “Tapetão”, é claro. Já entraram com recurso para a anulação da partida, ou melhor, do julgamento. Deus queira que esse timinho seja banido do futebol, definitivamente!

terça-feira, maio 24, 2005

Maria Eduarda

No final da tarde de ontem a minha vida mudou para sempre. Exatamente às 17h32 eu conheci Maria Eduarda. A Michely agora vai ter que aceitar, mas meu amor não será apenas dela. Outra mulher também invadiu meu coração e se apropriou de um enorme latifúndio. Antes, quando queria presentear alguém, as flores iam para Michely. Agora comecei a cultivar um jardim inteiro para Maria Eduarda. Antes, todos os meus planos giravam em torno de Michely. Agora todos os meus sonhos pertencem a Maria Eduarda. Mas quem é essa mulher que, sem pedir licença, se apodera de tudo o que há de melhor em mim? Ela é Maria Eduarda, que cresce na segurança do ventre de Michely. Ambas mulheres de minha vida.
(Ontem, às 17h32, uma ultra-sonografia revelou o sexo de nossa filha: Maria Eduarda).

segunda-feira, maio 23, 2005

Hitler

No último sábado eu assisti ao filme que contava, de maneira bem enxuta, a biografia de Hitler. “Hitler - A Trajetória do Demônio”. Trata-se de uma produção que conta a ascensão do Terceiro Reich, o surgimento da Alemanha Nazista. A trajetória de Adolf Hitler que acompanha como testemunha ocular da história os dramas da população da Alemanha na época da República de Weimar. Seu alistamento e sua conduta como soldado no período da Primeira Guerra Mundial, a humilhação do Tratado de Versalhes e a arregimentação do Partido Nacional Socialista (Nazista). O autor de “Minha Luta” projeta os anseios do povo alemão e conquista notoriedade política, como líder do partido e, depois, como chanceler e primeiro ministro da Alemanha. Adolf Hitler conseguiu seduzir toda uma sociedade, se tornando a voz única de uma nação, a partir de uma proposta de reconstrução nacional. Era incrível e inegável a habilidade de Hitler com as palavras. Seus discursos, a cada edição, reuniam mais simpatizantes, principalmente motivados pela desestabilidade econômica da Alemanha dos anos 30. Mas muitos do que estejam lendo este texto agora já conhecem a história. Eu mesmo não me surpreendi. Mas, paralelamente, outra coisa me chamou a atenção. Não conseguia ouvir os discursos do filme sem pensar em um acontecimento recente da nossa história política: a suspensão dos direitos políticos do casal Garotinho por suspeita de uso da máquina administrativa nas eleições em Campos. Em entrevista a uma rádio de Volta Redonda, Garotinho, em determinado momento, disse o seguinte: “- Existem hoje no País apenas dois partidos: os dos que amam o Brasil e os dos que odeiam o Brasil”. E mais adiante: “-Existem dois tipos de políticos: os que amam o Brasil e os traidores”. Logicamente não pretendo fazer qualquer tipo de comparação entre Hitler e Garotinho. Hitler era um louco anti-semita, responsável pela morte de cerca de seis milhões de judeus e outros 25 milhões de soviéticos. Além do mais, Garotinho nunca terá a capacidade e o apelo de se destacar no cenário mundial, como o líder nazista. Nem que fizesse apenas o bem, muito menos que fosse a sombra do mal de Hitler. Mas, de uma certa maneira, em termos econômicos principalmente, o Brasil vive as mesmas dificuldades da Alemanha dos anos 30, com um diferencial de que, na média, o povo alemão era bem mais preparado culturalmente para não se dobrar a discursos nacionalistas (fundamentalistas) do que o povo brasileiro. Não há nenhum tipo de comparação entre Hitler e Garotinho, mas os discursos, assustadoramente, caminham paralelos.

Gravidez

Eu estou grávido! Ainda não descobri se virá uma menina ou um menino. Mas a gravidez tem me revirado pelo avesso. A Michely tem feito tudo o que pode para me ajudar e, principalmente, me agradar. Mas, confesso, às vezes sou difícil demais. É que a gravidez me fez um vulcão de emoções. Ao mesmo tempo que estou feliz, tenho intermináveis crises de choro. E choro! Mas no final eu sei que existem pessoas que me amam e, logo, logo, aquele pedacinho de gente vai vir e iluminar ainda mais a minha vida!
(Isso é o que a Michely escreveria para mim se ela tivesse um blog. Como ela não tem, escrevo eu para ela)

Carta ao meu filho

"-Meu filho: venho acompanhando seu trabalho jornalístico sobre o desaparecimento de um dos mais ricos troféus do futebol brasileiro. Você tem sido metódico, sincero, imparcial e minucioso. Conquanto mal inicia seus passos pela estrada difícil do jornalismo, você, com essas reportagens, me deu a alegria de constatar sua capacidade e seu amor à carreira. Não se empolgue demasiadamente, porém. Nem se deixe amargar com certas resistências e muito menos acredite em tudo que o cerca. Seja reservado. Transforme as dificuldades em estímulo. Passe por cima das barreiras convencionais e não se deixe nunca respingar do ácido das falsas indiferenças. Seu programa deve ser o de elevar o seu jornal, respeitando suas gloriosas tradições e amando seus colegas, desde o contínuo ao chefe.Não pense que sua busca atual seja simples aventura quixotesca. O mundo da quimera e do sonho, você o tem quando faz seus poemas e quando canta suas rimas. Poemas bonitos e rimas vigorosas. A "Taça Rodrigues Alves" é o símbolo desse outro mundo que você não conhecia e esta começando a conhecer: o mundo desportivo brasileiro. Estive nele vinte e tantos anos! Foram vinte e tantos séculos de contradições e espanto, de lutas e dissabores. É um mundo de monstros e de anjos. Misturados por artes do diabo. É um mundo de recalques e de vaidades, de complexos e de politiquice. Prepare-se para as grandes noites sem lua e sem estrelas! Use a máscara contra gases e vista roupa de amianto contra incêndios. Gazes da maledicência e da inveja. Incêndios do ódio e da perseguição. Não mude seu caráter, que foi temperado com sacrifício e nos altos fornos da mais requintada educação moral e cívica. Você me segredou estranheza ante a inércia da CBD, face a tão importante acontecimento. Não se impressione com isso. Em qualquer outro país do mundo, quando um homem como o dr. Osvaldo Gomes declarasse que a CBD empenhava troféus, a reação viria nos moldes dos grandes movimentos saneadores. Aqui, não aconteceu nada. Nem acontecerá. Porque não pode e nem deve acontecer. Você me pergunta porque. Não direi nada. Desejo que você faça, por si mesmo, a experiência. Esse mundo de monstros e de anjos é também um imenso laboratório. Laboratório de pesquisas que auxiliam muito a quantos se interessam por decifrar os escaninhos da alma humana. Pergunte, meu filho, ao dr. João Lira Filho os motivos de seu ostracismo voluntário, ele que teve o esporte pátrio nas mãos. Pergunte ao Antônio Avelar por que esta escondido em sua casa. Pergunte ao Vargas Neto o que lhe fizeram. Pergunte ao Rivadávia Corrêa Meyer o que ele guarda do tempo que perdeu no esporte. Pergunte ao almirante Palhares se pretende voltar à presidência da entidade carioca. Colha as respostas e escreva um evangelho.Se você não obtiver nada de positivo nessa cruzada jornalística em busca da "Taça Rodrigues Alves" não se atormente. Guarde no seu cofre a série de seus escritos e toque para a frente. O mundo de monstros e de anjos não se modificará. Seu destino foi traçado nos infernos. Mantenha-se incólume e cumpra honradamente, para alegria de seus pais, com o seu dever."
Ary Barroso

Não sei falar...

Como eu queria saber falar. Falar, verdadeiramente, é uma ciência. E das difíceis. Também, se no lugar da língua tivéssemos uma caneta, talvez falar fosse bem mais fácil...

domingo, maio 22, 2005

Não viaja, amigo

O jornalista passa a vida inteira lidando com fatos extraordinários, porque é a natureza da profissão, chega um ponto em que você acha que o extraordinário é uma viagem. O problema é que tem gente de redação que viaja além da conta, aquela coisa mesmo tipo "além da imaginação". O jornalista pode até viajar, mas com os pés no chão. Mas tem gente que finca tanto os pés no chão que não sai da redação nem para apurar o que vai escrever. E aí, viaja. E aquele papo de "esquentar a matéria"? Se a matéria não é quente, nunca foi matéria... Não viaja, amigo. Não viaja.

sábado, maio 21, 2005

A praga nas Redações

Acho que houve uma praga nas redações. Em nome de uma objetividade, tudo acabou nivelado por baixo. Essa obsessão com a suposta objetividade terminou criando um jornalismo meio burocrático em sua forma, não estou falando nem de conteúdo. É um subproduto que essa obsessão pela objetividade gerou. É um jornalismo sem alma. Ficou esse jornalismo declaratório. Falta aquele toque pessoal. Claro que nem todo mundo tem esse toque. As pessoas têm jeito para escrever. Uns têm um jeitinho, os outros têm jeito. Mas acho que até esse jeito está se perdendo, porque você vê poucos jornalistas que têm uma marca ou que tentam pelo menos buscar esse jeito para escrever. Muitos não conseguem, às vezes até por falta de espaço. Acho que falta dar aquele salto à frente. Buscar uma leitura diferenciada nos textos, aquele toque especial. O meu amigo Helton Fraga tem esse toque pessoal. Será que um dia eu também terei?

Oração do Jornalista

' São Gutemberg': que me seja dada a chance de um dia testemunhar um fato histórico.

sexta-feira, maio 20, 2005

É a sua vez...

Os erros estão todos aí... à espera de serem feitos.