sábado, dezembro 30, 2006

Feliz 2007!

Amigos,
a todos vocês que visitam o "Apenas", desejo um excelente 2007. Tenho esperança e fé de que, um dia, possamos viver realmente em Paz!

segunda-feira, dezembro 25, 2006

Dia-a-dia

Jornalismo é assim mesmo, principalmente quando se está ao vivo...é bom ter jogo de cintura!

Quem paga manda?

Qual o maior anunciante do Brasil? Será a Coca-Cola, a Ambev? Talvez a Unilever, com todas as suas marcas? Ou as onipresentes Casas Bahia, com seu "quer pagar quanto?" Seriam as campanhas eleitorais, caso os horários fossem pagos? Só a que levou Lula à reeleição custou mais de 100 milhões de reais.
Nada disso: o maior anunciante do Brasil, por incrível que pareça, é o governo federal. Em 2007, a verba a ser torrada em publicidade é de 412 milhões de reais. E, considerando-se que o governo não tem concorrentes nem vende nada, para que irá gastar tanto dinheiro – seu, meu, nosso dinheiro – em propaganda?
Não, não estamos esquecendo as empresas estatais que disputam o mercado. Estas têm verbas próprias, além dos 412 milhões de reais. O Banco do Brasil tem quase 200 milhões de reais para gastar, muito mais do que o Bradesco – e o Bradesco, consistentemente, ano após ano, tem conseguido resultados melhores. Há meio milhão de reais para o Conselho Nacional de Justiça; há 400 mil reais para o Senado – como diria o poeta Ascenso Ferreira, "para que? Para nada". Que é que podem propagandear o Senado, ou o Conselho Nacional de Justiça?
O Ministério da Defesa terá verba publicitária de meio milhão de reais. Seu principal problema, no momento, é a crise dos aeroportos. De que adianta gastar dinheiro, o nosso dinheiro, para explicar o inexplicável?
As publicações sempre tiveram de conquistar o público, para depois conquistar anunciantes. A coisa parece agora mais simples: circulação, qualificação do público, número de leitores por exemplar, custo por telespectador, nada disso é muito importante. Com toda essa verba, basta apoiar o governo e seus políticos preferidos. A gente paga. E eles mandam.

quinta-feira, dezembro 21, 2006

Diretor da Globo comenta saída de repórter

[Luiz Claudio Latgé, diretor de jornalismo da Rede Globo, enviou à imprensa um comunicado sobre a demissão do repórter Rodrigo Vianna, que divulgou na terça-feira (19/12) uma carta criticando a direção de emissora na cobertura das eleições. Segundo a direção da Globo, Rodrigo Vianna encaminhou a mensagem após ter sido informado pela emissora de que seu contrato não seria renovado.]

O repórter Rodrigo Vianna foi informado hoje de que o contrato dele, que termina dia 31 de janeiro, não será renovado. A comunicação com um mês de antecedência é uma exigência do contrato. Está claro que o Rodrigo preparou-se para este momento, a ponto de ter uma longa mensagem pronta a ser divulgada. Os motivos da não renovação nada têm a ver com a cobertura das eleições, como ele especula. Em respeito a ele, jamais pretendi torná-los públicos nem farei isso agora. Rodrigo, porém, nem os quis conhecer. Ao ouvir de mim que o contrato não seria renovado, saiu intempestivamente de minha sala e enviou um e-mail para a Redação.

Rodrigo deve ter pensado que poderia encontrar no ataque aos colegas e na mentira uma saída nobre. Com essa atitude, ele pareceu querer se defender de acusações que jamais passaram pela nossa cabeça. A pergunta que fica é a seguinte: se a integridade dele é tão elevada, como ele supõe, por que não se demitiu anteriormente, convivendo durante meses com uma situação que ele classifica de insuportável? Não o fez porque tinha como certo que seu contrato seria renovado. Para que não perdesse o emprego por motivos menos nobres, preferiu repetir, quase literalmente, acusações que jornalistas mal-intencionados já nos tinham feito. Talvez tenha pensado que, assim, sairia como mártir. Deu a entender que partiu dele a iniciativa de sair, quando na verdade todos os sinais que emitia eram de que queria ficar.
Lamento que tenha perdido o equilíbrio e tentado transformar um assunto funcional interno numa questão política, que jamais existiu. Sinto não ter percebido antes que, intuindo que poderia ser desligado por outros motivos, construa essa "justificativa política", sem base na realidade. Foi um comportamento indigno. E não é justo com o trabalho de todos deixar sem resposta as críticas que ele nos faz.

Confusão de idéias

Fizemos uma cobertura eleitoral intensa e democrática, com a abertura de espaços em todos os nossos telejornais para todos os partidos, que mais de uma vez reconheceram nossa isenção e a importância do serviço prestado ao público. Não inventamos uma pilha de dinheiro na mesa da Polícia Federal. Já saímos a público antes para refutar estas teorias conspiratórias produzidas por grupos políticos e jornalistas descompromissados com a verdade.
Nosso noticiário em nada foi diferente dos demais veículos de imprensa de importância. De setembro a outubro, demos 20 reportagens sobre Abel Pereira e Barjas Negri. Todos os assuntos foram investigados, sim, e noticiados segundo o seu grau de relevância. Tudo o que fizemos foi exposto ao juízo do público em nossas edições diárias. Nossa isenção jornalística foi elogiada em artigos até por veículos de grupos concorrentes.
Não há nada em nossa conduta ou em nossas decisões editoriais que tenha nos afastado do bom jornalismo e muito menos que nos envergonhe.
A confusão de idéias que o Rodrigo Vianna expressa deve ter razões pessoais e compromissos que não nos cabe julgar. Peço desculpas aos colegas pelos ataques e ofensas por ele dirigidos.



Publicado originalmente no Terra Magazine, 20/12/2006

sexta-feira, dezembro 15, 2006

O jornalismo de Lula

Como esconder notícias ruins ou transformá-las em boas

"A imprensa só publica notícia ruim", declarou em improviso o presidente Lula na terça-feira (5/12), em cerimônia oficial no Palácio do Planalto. E acrescentou maliciosamente que notícia ruim deve ser um bom negócio, já que é veiculada com tanta freqüência (título principal da pág. A-10 da Folha de S.Paulo de quarta, 6/12). Naquele mesmo dia o "apagão aéreo" viveu o seu momento culminante.
Como já foi dito neste Observatório, devemos louvar a Divina Providência por não ter permitido que Lula da Silva estivesse incumbido naquele dia de algum trabalho jornalístico. Caso contrário, no seu jornal/rádio/TV a notícia do caos nos aeroportos jamais teria sido publicada. Mesmo que testemunhada e vivenciada por milhares de brasileiros nos principais aeroportos do país.
Lula não precisa ser jornalista, há jornalistas dispostos a eliminar as notícias ruins dos respectivos veículos sem qualquer cerimônia. Ou simplesmente transformá-las em notícias favoráveis.
Exatamente isso aconteceu com a matéria de capa da última CartaCapital (13/12, págs. 26-31): o bravo semanário seguiu o "Manual Lula de Jornalismo" e conseguiu o milagre de converter a débâcle no tráfego aéreo brasileiro motivada pela tragédia do Boeing da Gol em mera "turbulência política" atiçada pela "nostalgia golpista" de setores civis e militares.
Segundo a revista, o apagão aéreo não existe (foi invenção da oposição logo encampada pela mídia), assim também a operação-padrão iniciada pela minoria de civis que trabalha como controladores de vôo.
A idéia central da reportagem é comprovar que a "proposta de desmilitarização da aviação civil acirra os conflitos entre o Ministério da Defesa e a Aeronáutica". Mas o que tem sido divulgado pelo próprio governo é justamente o contrário: o comando da Aeronáutica aceita o controle civil do trafego aéreo ficando com os militares a defesa do espaço aéreo.


Alberto Dines

sexta-feira, dezembro 08, 2006

Tendência

O Yahoo! e a Reuters deram início, esta semana, a seu projeto de estimular milhões de cidadãos comuns a se tornar fotojornalistas. A partir de terça-feira (5/12), passaram a ser divulgados no sítio da agência de notícias e na página de notícias do Yahoo! vídeos e fotografias (de interesse jornalístico, é claro) enviados pelo público.
A Reuters anunciou ainda que pretende, a partir de 2007, começar a distribuir algumas das imagens enviadas para seus milhares de veículos assinantes nas plataformas impressa, televisiva e online. "Há uma demanda crescente por imagens interessantes e icônicas", diz Chris Aheam, presidente da agência. Segundo ele, a Reuters já compra há tempos imagens de fotógrafos amadores que simplesmente estavam no lugar certo na hora certa – e com uma câmera digital na mão.
A diferença é que agora há um plano estabelecido para aumentar estas contribuições. O projeto está entre os mais ambiciosos de uma tendência que ficou conhecida como jornalismo-cidadão – onde a idéia é transformar espectadores em repórteres. A blogosfera está cheia de exemplos, e grandes organizações como a CNN e a BBC passaram a aceitar contribuições do público. A tendência se mostrou fortalecida em incidentes como a tsunami na Ásia no fim de 2004 e, com maior intensidade, nos atentados ao sistema de transporte público em Londres, no ano passado. Imagens feitas por passageiros de dentro do metrô londrino poucos minutos após as explosões foram parar nas primeiras páginas de jornais em todo o mundo.
O próprio Yahoo! afirma já ter usado imagens postadas originalmente no serviço de compartilhamento de fotografias Flickr. Após o golpe na Tailândia, em setembro, a divisão de notícias do portal montou um slide show com fotos deste tipo.

Celular indiscreto

Cada vez menores, câmeras digitais passaram a ser carregadas para todos os lados. Mais práticas ainda são as embutidas nos telefones celulares. Há algumas semanas, pegou mal um piti racista protagonizado pelo ator americano Michael Richards, que ficou famoso com o personagem Kramer do seriado Seinfeld. Ao responder grosseiramente e de maneira preconceituosa a espectadores de um show que apresentava, Richards foi filmado por uma câmera de celular e, em questão de horas, o vídeo estava na internet.
Pela parceria do Yahoo! com a Reuters, os internautas postam fotos e vídeos em uma seção do Yahoo! chamada You Witness News. Todas as imagens enviadas irão aparecer no Flickr ou em um sítio similar para vídeos, e editores das duas organizações irão revisar e selecionar o material que será colocado em páginas junto com artigos jornalísticos.
"As pessoas não dizem que querem ver conteúdo gerado por internautas", diz Lloyd Brown, diretor do Yahoo!. "Elas querem ver [o piti do] Michael Richards. Se acontecer de a imagem ser de um telefone celular, elas estarão felizes. Se for de um cinegrafista profissional, estarão satisfeitas também", explica.

Anti-fraude

Os fotojornalistas-cidadãos não serão pagos pelas imagens postadas nos sítios da Reuters e Yahoo!. Mas as pessoas cujas fotos ou vídeos forem selecionados para distribuição aos clientes da agência de notícias serão remunerados.
Para (tentar) evitar fraudes, fotos e vídeos selecionados serão vistoriados cuidadosamente. Os editores de fotografia da Reuters tentarão descobrir fotos forjadas ou imagens retocadas por computador. Evidentemente, o processo não é 100% seguro. Casos como o do blogueiro que descobriu que supostas fotos do conflito no Líbano tiradas por um fotógrafo freelancer da Reuters haviam sido digitalmente alteradas são prova disso. Na ocasião, a companhia dispensou de vez o profissional e retirou todo seu trabalho anterior do banco de imagens. Ela tenta agora desenvolver um software que ajude a detectar imagens alteradas.

Fonte: The New York Times, 4/12/06

sábado, dezembro 02, 2006

Mercado bom para assessorias

Pesquisa encomendada pela FSB Comunicações junto ao Ibope Solution com 100 das maiores empresas brasileiras mostrou que a comunicação corporativa ganhou status no Brasil, está cada vez mais atrelada ao alto escalão e comprometida com os resultados dos negócios. Este processo está refletido não só no budget, mas também na valorização da área de comunicação corporativa nas estruturas organizacionais.
A pesquisa revela que para 100 das maiores empresas brasileiras 57% têm seus departamentos de comunicação com report direto ao CEO ou presidente. Os investimentos também cresceram em média 19% em relação ao ano passado, em 45% das empresas consultadas. Do total pesquisado, 41% devem manter o mesmo patamar de 2005 e 14% reduzirão o montante, em média 22,5%. Para o próximo ano, as perspectivas são otimistas: 48% das companhias prometem ampliar ainda mais estes investimentos.
“Num ambiente em que os concorrentes estão em toda parte e há uma crise de credibilidade corporativa puxada pelos recentes escândalos ocorridos nos Estados Unidos, como por exemplo o caso da Enron, ter uma boa reputação e relacionamento com diferentes públicos são importantes vantagens competitivas para uma empresa”, diz Francisco Soares Brandão, sócio-fundador da FSB Comunicações.
No Brasil, a visão de que a imagem corporativa se forma a partir da soma das percepções de diferentes públicos tem feito com que as empresas estruturem e planejem a comunicação de forma mais abrangente e integrada. Por conta desta mudança de mentalidade, as áreas de comunicação já absorvem atividades como Relações Governamentais (em 30% das empresas ouvidas pelo Ibobe/FSB), Relações com Investidores (21%), Organização de Eventos (11%), Publicidade (11%), Responsabilidade Social (10%), Relacionamento com Clientes (6%) e Mídias On-line (5%).
Quanto ao perfil dos profissionais a senioridade se destaca: a maioria dos profissionais tem entre 40 e 49 anos (36%), seguidos pelos que estão na faixa dos 30 aos 39 anos (30%). 53% dos profissionais são do sexo masculino contra 47% do feminino.
A pesquisa foi encomendada pela FSB ao Ibope Solution no início deste ano com o objetivo de mapear a área de comunicação corporativa. “Apesar do crescimento da área, recursos e responsabilidades, a área de comunicação corporativa ainda encontra muitos desafios. O entendimento correto do seu escopo e a forma como mensura resultados são algumas questões a serem resolvidas para que esta atividade consolide sua atuação no Brasil. Ao abordar alguns aspectos da comunicação, a FSB espera contribuir para o desenvolvimento deste mercado”, explica Francisco Brandão.

Amostra

A pesquisa foi realizada em maio deste ano com 100 das 1000 maiores empresas do Brasil, listadas na publicação Melhores e Maiores de 2005. Do total de empresas consultadas, 52% estão no segmento de indústria, 38% em serviços e 10% no comércio; 64% estão localizadas em São Paulo e 53% são de origem nacional. Entre os entrevistados, 69% têm cargos de comunicação e 22% de marketing. A formação predominante é Jornalismo, com 36%. Em seguida, figuram profissionais formados em Administração (16%), Marketing (13%), Publicidade (11%), Relações Públicas (7%), entre outras.


Fonte: FSB Comunicações