sexta-feira, setembro 30, 2005

Imprensa Livre

Repórter que não revelou fonte sai da prisão nos EUA

da BBC, em Londres

A jornalista Judith Miller, uma repórter do The New York Times que foi presa por se recusar a revelar suas fontes, foi libertada da cadeia nesta quinta-feira, após ter concordado em depor em um tribunal.Uma fonte da jornalista, um assessor do vice-presidente americano, Dick Cheney, lhe deu autorização para discutir perante a Justiça os contatos que tiveram.O caso se refere à revelação da identidade de uma agente secreta da CIA (a Agência de Inteligência Americana), Valerie Plame, em 2003. A revelação do nome de um agente do serviço secreto é um crime federal nos Estados Unidos.

Veja a reportagem completa no link: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/story/2005/09/050930_millerro.shtml

Se cada dia cai

Se cada dia cai, dentro de cada noite,
há um poço
onde a claridade está presa.

há que sentar-se na beira do poço da sombra
e pescar luz caída
com paciência.

Pablo Neruda (Últimos Sonetos)

quinta-feira, setembro 29, 2005

Democracia

Mantenha a calma. No regime em que vivemos, até a ignorância tem de ter seu espaço.

quarta-feira, setembro 28, 2005

Chuva


Chove lá fora. Chove aqui dentro. Chove na rua. Chove na minh'alma. Lá fora, uso guarda-chuva. Aqui dentro, minha fé.
Fé de que, depois da chuva, o sol voltará a brilhar. Na rua e em mim.

terça-feira, setembro 27, 2005

Renda-se

"Renda-se como eu me rendi.
Mergulhe no que você não conhece, como eu mergulhei.
Pergunte, sem querer, a resposta, como estou perguntando.
Não se preoucupe em "entender".
Viver ultrapassa todo o entendimento."


Clarice Lispector

segunda-feira, setembro 26, 2005

Eu prometo.

Eu prometo: hoje não falo de futebol com ninguém. E que se dane o tal de Edilson. Nennnseeeee! Nennnseeeee!

sábado, setembro 24, 2005

Moderna Idade

A criança tem 8 anos e é a primeira vez que se encontra com uma máquina de escrever."Nossa, pai. Que editor de textos sinistro! Faz a impressão em tempo real!"

sexta-feira, setembro 23, 2005

Tiranias da Intimidade


"Cada pessoa, mergulhada em si mesma, comporta-se como se fora estranha ao destino de todas as demais. Seus filhos e seus amigos constituem para ela a totalidade da espécie humana. Em suas transações com seus concidadãos, pode misturar-se a eles, sem no entanto vê-los; toca-os, mas não os sente; existe apenas em si mesma e para si mesma. E se, nestas condições, um certo sentido de família ainda permanecer em sua mente, já não lhe resta sentido de sociedade."

Tocqueville, citado por Richard Sennett em "O declínio do homem público" Companhia das Letras, 1989

quinta-feira, setembro 22, 2005

Sem gritar

Uma das lições que vou tentar passar para minha filha é a de que se imponha sempre pela sua inteligência e persuasão. Nada de gritos. As pessoas que gritam com outras, além de desrespeitarem o próximo, exibem toda a falta de educação, incapacidades e frustrações. Respeito se conquista, e não se ganha no grito. Nada de gritos.

quarta-feira, setembro 21, 2005

Coincidência?

Estamos vivendo um verdadeiro estado de violência. Crianças, civis, policiais e marginais morrem aos milhares no Brasil, vítimas de armas de fogo. Estamos vivendo uma grande campanha pelo desarmamento, no país e no mundo. Não parece estranho que a Rede Globo, às vésperas de um referendo sobre a comercialização de armas, estréie uma novela chamada BANG BANG, onde atores e atrizes, ídolos da grande maioria de desinformados do país estejam, em horário nobre, exibindo armas e atirando para todos os lados? Será que estou tecendo mais uma teoria da conspiração? Ou será apenas coincidência?

terça-feira, setembro 20, 2005

Necessidade

Adoro minha profissão: jornalista. Aquelas coisas de idealismo, de mudar o mundo, nunca fizeram parte dos meus sonhos. Sempre me julguei inteligente demais para isso e, ao contrário de alguns colegas de faculdade, não tinha tempo de parar para pensar nessas coisas. Tinha que trabalhar para pagar a faculdade. Fiz jornalismo porque adoro desafios. Ser ético e profissional são desafios extremos nesse meio, tão desvalorizado e sofrido. Graças a Deus - e sempre a Ele - tenho vencido, com folga, esses desafios. Mas ultimamente uma coisa tem me preocupado. Estou trabalhando menos pelos desafios e mais pelas necessidades. Isso me parece, perigosamente, desestimulante. E que Ele continue me ajudando. Amém!

segunda-feira, setembro 19, 2005

Desculpas

Já amei errado, já odiei errado. Em ambos os casos, só me resta pedir desculpas. Perdoar para ser perdoado.

sábado, setembro 17, 2005

Vai encarar?


Por maior que pareçam,
tenha coragem, encare seus
problemas de frente. Sempre.
É possível se superar e vencer.
Basta encarar.

quinta-feira, setembro 15, 2005

Agora é com você

"Nada lhe posso dar que já não exista em você mesmo. Não posso abrir-lhe outro mundo de imagens, além daquele que há em sua própria alma. Nada lhe posso dar a não ser a oportunidade, o impulso, a chave. Eu o ajudarei a tornar visível o seu próprio mundo, e isso é tudo."
Hesse

quarta-feira, setembro 14, 2005

Como poderia não chorar?

Há poucas horas descobri que o choro não tem hora. O relógio marcava duas. Depois do almoço, estava saindo para a segunda jornada de trabalho do dia, na Redação do jornal. Quando já estava no portão, o entregador de uma loja perguntou:
- Seu Marcelo?.
- Sim, sou eu. Respondi, apressado.
- Viemos entregar o berço...
- Mas não estava marcado para as cinco horas?
- É, mas passamos por aqui e resolvemos arriscar. Que bom encontrarmos o senhor!
"Bom que nada". Pensei. Afinal já estava bem atrasado. Mas tudo bem. Voltei e esperei, por quase uma hora.
E a cada minuto em que o berço tomava forma, ia me emocionando. Escondido dos montadores, limpava as lágrimas que teimavam em rolar. Imagine só quando a Maria Eduarda chegar, daqui a, no máximo, um mês! Eu já sabia que seria um pai chorão. Afinal, eu sou um homem chorão! Minhas emoções fazem parte das camadas da minha pele. E esse é o melhor lugar para elas.
Depois que os montadores foram embora. Olhei atentamente para o berço. Talvez muita gente procurasse por defeitos, mas eu só via a minha filha deitada lá. Só via a minha vida deitada lá. Como poderia não chorar?

terça-feira, setembro 13, 2005

Contra a corrente

Você já teve a impressão de estar no meio do oceano, sozinho? E se não nadar pode ser afogar? Parece que nessas horas o melhor truque é ritmar as braçadas e pensar em coisas boas, no que de bom vai acontecer quando a tormenta acabar. Porque ela não vai durar indefinidamente. O importante é não se entregar, e continuar nadando, desesperadamente, contra a corrente.

segunda-feira, setembro 12, 2005

Último Desejo

Nosso amor que eu não esqueço, e que teve o
seu começo
Numa festa de São João
Morre hoje sem foguete, sem retrato e sem bilhete,
sem luar, sem violão
Perto de você me calo, tudo penso e nada falo
Tenho medo de chorar
Nunca mais quero o seu beijo mas meu último desejo você não pode negar
Se alguma pessoa amiga pedir que você lhe diga
Se você me quer ou não, diga que você me adora
Que você lamenta e chora a nossa separação
Às pessoas que eu detesto, diga sempre que eu não
presto
Que meu lar é o botequim, que eu arruinei sua vida
Que eu não mereço a comida que você pagou pra mim
Noel Rosa

sexta-feira, setembro 09, 2005

Desencontro

Às vezes tenho a nítida impressão de que ando sempre em sentido contrário para onde a vida queria me levar. Preciso, rapidamente, melhorar meu senso de direção. Preciso melhorar minhas escolhas.

quinta-feira, setembro 08, 2005

Visão

Quando as coisas começam a clarear, você vê que tudo estava ali, na sua frente. Você é que não conseguia enxergar.

quarta-feira, setembro 07, 2005

Estou mudo hoje

Mas o silêncio é uma forma eloqüente de comunicação. Deixe só o som das fanfarras, até parece que ainda há muitos motivos para se comemorar a Independência. Que independência? É por isso que estou mudo.

terça-feira, setembro 06, 2005

Hipótese

Espero que você entenda que só poderei ser o que desejo para você quando deixar de ser uma hipótese do que eu mesmo gostaria de ser.

segunda-feira, setembro 05, 2005

Jazz Ballads

Como havia escrito no post anterior, estou num complicado processo de paleontologia. Resgato de vellhas gavetas da casa de meus pais várias lembranças. Memórias vivas que deixei para trás quando fui viver uma nova vida. Os livros já estão no lugar. Faltavam os cds, que de tão empoeirados nem sei se tocavam. Mas nada como uma tarde de sábado para limpar tudo. E pronto: os cds também estão em ponto de bala! Relembro coisas que nem sabia mais que as tinha. Chet Baker, Miles Davis, John Coltrane, Sarah Vaughan, Cannonball Adderly e outros. A última que ouvi, logo de manhã, foi Billie Holliday, cantando "Moanin' Low". Quanta gente não sabe o que está perdendo. Mas alguém tem que dar capim para a "Pocotó" e madeira para o barraco da "Tati". E deixa eu aqui com minhas Jazz Ballads.

sexta-feira, setembro 02, 2005

Palavras

Às vezes abro o Blogger e ele fica aberto sem que eu escreva uma só palavra. Emburreci? Perdi a capacidade de comunicação? Sei lá. Acho que faltam apenas palavras. Mas onde encontrá-las? Onde buscá-las? Fiquei quase dois anos sem meus livros. Livros juntados durante toda a minha vida ficaram pra trás quando deixei a outra vida para trás. Meu diploma também estava em alguma gaveta na casa dos meus pais. Meus cds ainda nem sei se tocam mais.Mas hoje, depois de uma pintura geral em casa, comecei a resgatar pequenas frações daquela vida antiga. Meus livros, recuperados, já respiram novamente, aliviados e protegidos do mofo em suas novas prateleiras. Estão sendo cuidados com o carinho e o respeito que merecem. Gabriel García Márquez e Fernando Pessoa ainda são meus preferidos. Os sonetos de Neruda continuam inspiradores. E as trocas de correspondência entre Hélio Pelegrino e Otto Lara Resende, impagáveis. E os clássicos! Guimarães Rosa, Rubem Fonseca. Todos vivos novamente e de casa nova, naquele armário que mandei construir especialmente para eles, com a permissão da Michely, é claro.Mas e o blog? Para ele ainda faltam palavras. Essas continuam apenas dentro dos livros. Esses eu recuperei. Mas as palavras. Essas ainda não consegui recuperá-las.

quinta-feira, setembro 01, 2005

Viceral

Um abraço e um beijo no final da tarde representam muito mais do que gestos de carinho. Intensamente aumentam os desejos e fazem de você um sonho viceral. Esse é o sentido que procuro.
Esse é o limite que busco.
E para você, serão apenas gestos?