Abram os olhos, Editores!

A história das obras-primas recusadas é tão vasta quanto a da própria literatura. De James Joyce a Ernest Hemingway, de Gabriel García Marquez a Italo Calvino, grandes escritores tiveram obras rejeitadas. Talvez o caso mais curioso tenha sido o de Marcel Proust com seu "Em busca do tempo perdido". Na época, Proust foi recusado por várias casas editoriais, apesar de se mostrar disposto a pagar pela publicação. Conta-se que alguns pacotes não foram sequer abertos pelos editores. Em Londres, o jornal The Sunday Times resolveu no começo deste ano fazer um teste para saber como editoras e agentes literários recebem inéditos de autores estreantes. Em vez de nova ficção, porém, foram enviados os capítulos iniciais de dois livros que venceram o Booker Prize, maior premiação do gênero na Inglaterra, nos anos 70 -- "Holiday", de Stanley Middleton, e "In a free state", de V. S. Naipaul, este último vencedor de um Nobel (2001). Das 21 respostas, apenas uma foi favorável. "As pessoas parecem não saber o que é hoje um romance", disse Middleton. O outro "recusado", Naipaul, tentou contemporizar: "Para saber se algo está bem escrito é preciso muito talento. Com tantos meios de entretenimento hoje, há poucas pessoas no mundo que compreendem o que é um bom parágrafo."

Extraído da Revista Entrelivros - fevereiro 2006.

Novo Registro Profissional

O texto abaixo foi enviado pelo Sindicato dos Jornalistas do Rio d Janeiro, que também afirma que o processo é obrigatório e sem custos.

Jornalistas têm que renumerar seus Registros Profissionais

Todos os jornalistas profissionais do país têm que efetuar a revisão do seu Registro Profissional, de acordo com a Comissão de Revisão dos Registros de Jornalistas Profissionais (Portaria MTb nº 548, de 14.06.95). Você deve procurar o seu Sindicato para mudar o número do Registro, anotado na Carteira de Trabalho. O objetivo é invalidar os documentos irregulares.
Na composição alfanumérica do novo registro será adotada a sigla de duas letras do alfabeto que identificam o Estado de origem, seguida dos algarismos , a partir de 00.001, e mais duas letras que qualificam a natureza da função na qual o jornalista foi registrado. As letras qualificadoras da natureza da função serão as seguintes:

JP - Para jornalista profissional (diplomado em curso superior, ou não-habilitado em curso superior de jornalismo que seja titular de registro de redator, noticiarista, repórter, repórter de setor, rádio-repórter, arquivista-pesquisador e revisor, de acordo com o Decreto-Lei n.º 972/69).
RF - para titular de registro na função de repórter-fotográfico;
RC - para titular de registro função de repórter-cinematográfico;
IL - para titular de registro na função de ilustrador;
DG - para titular de registro na função de diagramador.

Entre em contato com nosso Departamento Jurídico, pelo telefone (21) 2544-2100 ou pelo e-mail juridico@jornalistas.org.br e agende a revisão.

Observação: Essa determinação não é válida para os portadores de registros precários , pois os mesmos foram cancelados pelo Ministério do Trabalho. Exercer atividades de jornalista com registro precário é crime de exercício ilegal da profissão.

Texto Jornalístico?

Amigos, o texto abaixo foi retirado do site da Prefeitura de Barra do Piraí (RJ). Reproduzo aqui somente o "lead"(!). Não precisava mais nada para mostrar como não se deve escrever um texto jornalístico. Como sei que alguns estudantes visitam este blog, fica a dica.

"LASA Barra do Piraí divulga programação do carnaval

O Presidente da Liga das Agremiações de Samba de Barra do Piraí, Maurilho Macumba está se empenhando para realizar um carnaval substituindo a lacuna deixada em razão do poder executivo não poder financiar o tríduo momesco. E programou o seguinte:"

É mole!? Fica apenas a pergunta: será que o site é dirigido por um jornalista?

Apelido

De quem será o apelido "Corno Vox"..? Como diria o colunista: "na minha terra..."

U13

Depois dizem que os caras são "politicamente enganjados". Depois de pedir aplausos para a Argentina, o U2 exibiu uma enorme foto do Lula durante o show realizado ontem, em São Paulo. Só falta agora mudar o nome da banda para U13!

Faz sentido

Faz sentido. Na verdade, faz muito sentido.

Sabedoria Popular

"É melhor chegar atrasado neste mundo do que adiantado no outro"

Charges

Sobre toda essa polêmica de charges de Maomé, o que resta é a ceteza (ou a falta dela) de se entender porque as pessoas se odeiam por causa de uma opção religiosa. Além de tudo isso, de todas as tais charges, uma única considerei boa, que me fez rir - jornalisticamente falando, é claro. As outras, francamente, nem entendi, ou não achei a menor graça. O resto é tudo bobagem. Pena que meio mundo ainda fica se odiando e se matando por conta disso.
E é justamente por essa dúvida que nem me arrisquei a reproduzir aqui qualquer imagem das charges. Contra fanatismo religioso não há nada o que fazer, e a prudência indica não se brincar... Que Dus nos proteja!

Falando em Rádio

RÁDIO NACIONAL
O Brasil em sintonia
Luiz Carlos Saroldi e Sonia Virginia Moreira

Fundada em 1936, a Rádio Nacional do Rio de Janeiro ocupou por 20
anos a liderança do rádio no Brasil. Foi a principal emissora da
América Latina e uma das cinco melhores do mundo, “lar” de grandes
nomes da época de ouro do rádio no país – como Emilinha, Marlene,
Almirante, Gilberto de Andrade, César de Alencar, Noel Rosa, Haroldo
Barbosa, Francisco Alves, Orlando Silva e tantos outros.
Transmitida em diversos idiomas, para diferentes continentes, sua
programação destacava-se pela variedade e riqueza de conteúdos,
influenciando a evolução da música e da dramaturgia brasileiras, valorizando características regionais e promovendo a integração nacional.
A história da emissora acompanhou a do país, e conserva os ingredientes de suspense, emoção, heroísmo e vilania que marcaram sete décadas decisivas para a nossa tumultuada República.
Esse livro resultou de pesquisa iniciada por volta de 1972, com a gravação de uma série de entrevistas com profissionais do rádio tão importantes quanto Ademar Casé, Paulo Tapajós e Edmo do Valle.
Longe de mero saudosismo, Rádio Nacional: O Brasil em Sintonia reforça o renovado interesse que a emissora voltou a despertar e reafirma a importância de se registrar e divulgar seu papel na
história do país. No dia 12 de setembro, de 2005 a Rádio Nacional completou 69 anos.

Ibope

O Ibope do APENAS UM JORNALISTA está cada vez maior! Hoje ganhei até um "abraço" de um certo locutor de FM, dublê de âncora jornalístico e rei do "giletepress". Valeu, amigo. Vamos continuar trocando audiências... Tudo pelo Ibope! Há, só não se esqueça de dar créditos às matérias que você lê todos os dias, principalmente para aquelas que estão assinadas. Afinal, não será apenas um ato ético, mas também uma questão de respeito. Afinal, muitos repórteres saíram das redações altas horas, e tiveram que pegar sol e chuva para que as matérias fossem apuradas, e lidas bem cedinho, não é?

Woody quem?

Essa é mais uma para entrar para a história da Comunicação no Sul Fluminense. O dublê de âncora jornalístico (o também rei do “gilettepress”), Claudinho Chiesse, durante o programa Bom dia Cidade de hoje, pela Rádio Cidade do Aço, vira para o repórter Dicler Simões e manda a seguinte:

- É, essa chuva toda e você com essa galocha e essa capa está igual ao Woody Allen, naquele filme, Dançando na Chuva. E emendou cantarolando “Singin' in the Rain”.

Meio sem jeito, Dicler Simões alerta o incauto:
- Ô, Claudinho, eu lembro do filme mas acho que o ator não é esse não, hein!?!?

Uns dois segundos ensurdecedoras de silêncio no rádio depois e entra uma vinheta... Na volta, tentando desmanchar a gafe, o locutor deixa outro colega na furada:

- O nome do ator não era esse mesmo não... graças ao meu amigo, o sempre atento jornalista Fernando Barros, que me alertou que o certo é Fred Astere...

Meu Deus...!!!!

Amigos, se ainda se interessarem, Singin' in the Rain é um filme da MGM, de 1952, que alçou ao estrelato o ator Gene Kelly, no papel de Don Lockwood.

Há de parar

O pensamento é escravo da vida e a vida o bobo do tempo.
E o tempo que toma conta do mundo inteiro um dia há de parar.

William Shakespeare

Taxitramas

Nelson Rodrigues foi, na minha opinião, quem melhor retratou o cotidiano das pessoas, principalmente dos cariocas do século passado. Ler Nelson Rodrigues é muitas vezes o sinônimo de um escárnio do comum, do usual e do dia-a-dia. Depois de Nelson Rodrigues, a crônica da vida comum nunca mais foi a mesma. Nunca mais foi comum. Imagino o que Nelson Rodrigues faria se tivesse em suas mãos uma ferramenta como a internet. Provavelmente teria um blog: “avidacomoelae.com”. Talvez o nome fosse outro: “Taxitramas” (link ao lado em “Eu Indico”).
E é isso que é o blog Taxitramas. A vida como ela é, narrada brilhantemente por uma pessoa não mais comum por apenas um detalhe: trata-se de um motorista de táxi. Mauro Castro retrata estórias comuns, de personagens comuns, que um dia entraram no táxi de um atento observador (como todos os motoristas de táxi são). É evidente que não vou comparar Nelson Rodrigues ao taxista porto-alegrense. Ainda mais porque, apesar de focos semelhantes, os dois são diferentes. Porque são únicos.

Maresia

Tenho parado de sonhar com o mar.
O sal dele é o que ainda resta, eu nem sei se é o que quero.
Mas as ondas estão cada vez mais longe e calmas.
Passou a ressaca,
a violência das águas que inundaram a cidade e o peito.
É sim, é isso que eu quero agora. Padeci demais.
Amanhã talvez,
só um caminhar de pés descalços.

Organograma

Na maioria das empresas é assim - inclusive nas jornalísticas

Votem em mim!

Estou precisando dar um jeito na minha vida, e ando pensando seriamente em entrar para a bandidagem. Desculpe, para a Política, digo. Afinal, em nenhum outro ramo ficarei tão bem blindado contra tudo e todos. Certeza absoluta de impunidade total. Então, mãos à obra:
Baseado na incrível popularidade das mais de duas mil visitas ao meu blog - tem vereador de Volta Redonda eleito com menos de um terço disso - eu poderia tranqüilamente me lançar como candidato.
Algumas alianças seriam necessárias, à esquerda (o que é isso, a mão do relógio?) e à direita (essa é a do garfo!). Eu pediria também para algum amigo petista me apresentar ao Zé Dirceu e, de quebra, ficaria amigo do Paulo Coelho (ele tem muito voto entre os incautos!).
Da vereança vitoriosa, num salto simples, venderia o resto de dignidade que me restasse e seguiria confiante para a Câmara dos Deputados, onde publicaria revistas caríssimas sobre coisa alguma, e “lutaria” durante todo o meu mandato para asfaltar alguma estrada que vai de lugar algum para nenhum lugar. Isso deve dar certo!
A essa altura, minha filha já deveria estar se casando em grande estilo com algum filho de algum afilhado de ACM - sem a amizade de ACM não é possível progredir politicamente, todo mundo sabe. A revista Caras traria umas quinze páginas seguidas sobre as maravilhas do casório.
Mais alguns semestres de mensalão depois e meu avião reluzente estaria à disposição de todos vocês artistas, poetas, jornalistas, fotógrafos, donas de casa e arquitetos que quisessem ir à Diamantina visitar a casa onde JK nasceu – comparar-se a ele também deve dar votos.
É claro que na volta me louvariam em prosa, verso e imagem, em muitos bits internet afora. Uma equipe de advogados a tiracolo, mais um ministro ou outro na algibeira, e minha aposentadoria (e dos meus netos e bisnetos) estaria garantida para sempre.
No final, ainda visitaria alguns industriais que me deram seus valiosos apoios durante minha trajetória gloriosa e, agora que estaria aposentado, depois de longos e brilhantes anos de serviços prestados ao povo, pediria contribuições em dinheiro para a minha ong, criada única e exclusivamente para continuar ajudando meu povo querido. Votem em mim, afinal, não são só os hemonúcleos que precisam de sangue novo, Brasília também!

Indigestão

O PT realiza no próximo dia 13 de fevereiro um jantar em comemoração aos seus 26 anos de fundação, com a presença já confirmada do presidente, Lula. A expectativa do partido é a de reunir cerca de mil pessoas. Detalhe: os convites podem ser adquiridos por R$ 200, R$ 500, R$ 1 mil, R$ 2 mil ou R$ 5 mil - esse último deve dar direito a sentir o bafo de chachaça do excelentíssimo presidente!. A idéia é aproveitar a festa para arrecadar fundos ao partido. Será que alguém ainda pensa em dar dinheiro para qualquer partido político? A não ser aqueles que fazem investimentos em longo prazo, é claro. O pior é que, geralmente, as pessoas comem lá e a indigestão é nossa, aqui!

Começou bem (mal)

O novo vereador de Volta Redonda, Sebastião Leite (PCdoB), que saiu da suplência para assumir uma cadeira há poucos dias começou mal. Muito mal mesmo. Nomeou como assessor de imprensa, ao invés de um jornalista, um corretor de anúncios. E que se danem as faculdades de Comunicação, as pós-graduações e, pior, os vários colegas desempregados - muitos deles talentosos e competentes - na cidade e na região. É por essas e outras que meu voto é, a cada eleição, muito, mas muito mais valioso.