segunda-feira, outubro 31, 2005

Veja, marrom


Passado o Referendo, ninguém mais comentou a capa de Veja "7 Razões para votar Não", às vésperas do pleito. Essa é apenas mais uma das provas do jornalismo marrom praticado por Veja. É pena que tanta gente dê créditos a essa revista, ora do governo, ora da situação e, na maioria das vezes, apenas defendendo interesses comerciais próprios. Se alguém tiver a curiosidade e tempo para fazer uma visita ao site de Veja, pode encontrar uma seção onde se pesquisa todas as capas da revista, desde de 1968. Todas, menos esta aí ao lado. Não se sabe porque (!), esta é a única capa fora da lista do site. Já que esta - tão importante - manchete ficou de fora, ficam algumas sugestões para substituí-la:

* 5 razões para não tomar banho
* 3.794 maneiras de detestar Diogo Mainardi
* 4 casamentos com os anunciantes e 1 funeral da objetividade
* 87% de páginas de publicidade
* 1,99 maneiras melhores de gastar o seu dinheiro
* 1.001 lições de como fazer jornalismo marrom [item obrigatório nas *faculdades*]

sexta-feira, outubro 28, 2005

Se ele jogasse bola...

Desesperado, o time do Flamengo (como tem feito nos últimos anos) tenta recorrer até ao divino para se salvar do vexame de cair para a Segundona. E eu, como Tricolor, sei que se trata de um vexame. Só que sei também que para recuperar o time foi preciso muito trabalho, seriedade e pés-no-chão dos dirigentes do Fluminese. É claro que as más línguas dirão também que foi necessário uma Copa João Havelange para dar uma força. Mas, sinceramente, do que adiantaria ao Flamengo outra João Havelange? O time se manteria na Primeira Divisão mas, mais uma vez, teria que recorrer ao santo-das-causas-impossíveis para se manter lá... Se ele jogasse bola, quem sabe seria um bom reforço, afinal, o Flamengo precisa de muitos gols para se salvar e, com caras do tipo Obina, só mesmo uma causa impossível!

quinta-feira, outubro 27, 2005

Aviso

Este espaço é reservado para a poesia que não fiz.
Para o verso previsível que, no fundo, me roubaram.

segunda-feira, outubro 24, 2005

Saúde Melhor!!!

É uma piada - de péssimo gosto - a nova propaganda da prefeitura de Barra Mansa. Com mais uma "musiquinha" (a mesma fórmula tão crticada pelo Casseta & Planeta), o marqueteiro tenta passar uma imagem de investimentos, obras e, mais difícil ainda, de qualidade na Saúde do município. Só estranhei não aparecer nenhuma imagem do Hospital São João Batista. Claro, o HSJB não é de Barra Mansa, e nem está próximo do que se pode dizer de exemplar na Saúde, assim como a situação de Volta Redonda, que o sedia. Mas Volta Redonda é, há muito tempo, o pólo de Saúde e referência para toda região, inclusive Barra Mansa. Hoje, cerca de 50% dos atendimentos realizados no HSJB referem-se a pacientes de outros municípios, inclusive de outros estados. Desse universo, cerca de 60% são de moradores de Barra Mansa. Por isso acho injusto o HSJB não aprecer na propaganda da prefeitura de Barra Mansa, com suas musiquinhas que tentam fazer o povo local pensar que mora nos melhores municípios - em Volta Redonda já estaria bom, já que a prefeitura da Cidade do Aço pelo menos não dá o dinheiro público para uma pessoa fazer musiquinhas que enganem (ou tentem) o povo.

domingo, outubro 23, 2005

O Brasil Antenado

A sociedade da novela

Por que certas novelas conquistam o público e outras não? Como influenciam a sociedade? Quais oslimites entre realidade e ficção? Resultado de um estudo orientado pelo renomado antropólogo Marshall Sahlins, o livro discute essase outras questões combinando pesquisa histórica, análise de texto, entrevistas e observaçãoparticipante. Ao traçar a evolução das novelas desde Roque Santeiro até O Rei do Gado e O Clone, passando por Pantanal, a autora expõe o poder da teledramaturgia na constituição de práticas erelações sociais.
O Brasil Antenado mostra que nada é óbvio nessa operação chamada novela: Esther Hamburgerrevela com primor a lógica das pesquisas de audiência e o pacto que se estabelece com otelespectador, assim como delimita de que forma as novelas transitam entre classes e gêneros.Capítulo importante da reflexão sobre uma das mais populares manifestações da indústria cultural,investiga os mecanismos de produção de telenovelas e suas possíveis implicações na história recentedo país. Uma contribuição fundamental para o estudo antropológico da televisão.
A história da telenovela no Brasil permite que Esther Hamburger recupere, com grande sensibilidade e rigor, aprópria história da televisão brasileira, assim como questões privilegiadas da antropologia contemporânea.

sábado, outubro 22, 2005

De que tempo falamos?

Respondeu-lhes Jesus: Acautelai-vos, que ninguém vos engane.
Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; a muitos enganarão.
E ouvireis falar de guerras e rumores de guerras; olhai não vos perturbeis; porque forçoso é que assim aconteça; mas ainda não é o fim.
Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino; e haverá fomes e terremotos em vários lugares.
Mas todas essas coisas são o princípio das dores.
Então sereis entregues à tortura, e vos matarão; e sereis odiados de todas as nações por causa do meu nome.
Nesse tempo muitos hão de se escandalizar, e trair-se uns aos outros, e mutuamente se odiarão.
Igualmente hão de surgir muitos falsos profetas, e enganarão a muitos;
e, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará.


Mateus 24:4-12

sexta-feira, outubro 21, 2005

Esperança

Todo o meu esforço canalizo para a vida. Não para o equilíbrio, não para as certezas. Caminho suportando nas costas todo o peso da desesperança, pois que a esperança, é ridículo, dramático, que a humanidade ainda precise de tê-la.
Esperança em quê? Em remédios que curem?... Em poemas que se dão de mão em mão?
E as cartas sem resposta? E os becos sem saída? E a nova hipocrisia? E o deus-dinheiro que nos espreita a cada esquina?... e a África? E a América Latina? E esses país...E todas essas universidades e tantos analfabetos?...
Toda gente sabe a extensão da verdade: surpreendendo a paisagem esfomeada, o gatilho já não precisa do dedo de ninguém.

quinta-feira, outubro 20, 2005

Banquete


Maria Eduarda, em apenas seis dias, já engordou 320 gramas. A fórmula está acima.

sexta-feira, outubro 14, 2005

Proteção

Ser pai é muito, muito complicado. E não falo de questões materiais. Das inúmeras fraldas, dos aniversários e dos dias-das-crianças (Maria Eduarda nasceu em 12 de outubro, mas, se Deus permtir, espero sempre poder presenteá-la duplamente). Não falo também dos famosos 15 anos, da educação, das roupas, do plano de saúde etc. Minha grande precupação - e olha que ela só tem três dias de nascida - é como proteger da rapina dos "gaviões" uma filha morena e de olhos verdes?

quarta-feira, outubro 12, 2005

8h56

Meu dia começou hoje mais tarde. Melhor: minha vida começou mais tarde. Para ser mais preciso, às 8h56, quando nasceu minha filha, Maria Eduarda. Mamãe e filhinha passam bem... Papai, nem tanto! Que Deus a abençoe, minha filha.

segunda-feira, outubro 10, 2005

La Marioneta


Se, por um instante, Deus se esquecesse de que sou uma marionete de trapo e me presenteasse com um pedaço de vida, possivelmente não diria tudo o que penso, mas, certamente, pensaria tudo o que digo.
Daria valor às coisas, não pelo que valem, mas pelo que significam.
Dormiria pouco, sonharia mais, pois sei que a cada minuto que fechamos os olhos, perdemos sessenta segundos de luz. Andaria quando os demais parassem, acordaria quando os outros dormem. Escutaria quando os outros falassem e gozaria um bom sorvete de chocolate.
Se Deus me presenteasse com um pedaço de vida, vestiria simplesmente, me jogaria de bruços no solo, deixando a descoberto não apenas meu corpo, como minha alma.
Deus meu, se eu tivesse um coração, escreveria meu ódio sobre o gelo e esperaria que o sol saísse. Pintaria com um sonho de Van Gogh sobre estrelas um poema de Mario Benedetti e uma canção de Serrat seria a serenata que ofereceria à Lua. Regaria as rosas com minhas lágrimas para sentir a dor dos espinhos e o encarnado beijo de suas pétalas.
Deus meu, se eu tivesse um pedaço de vida. Não deixaria passar um só dia sem dizer às gentes – te amo, te amo. Convenceria cada mulher e cada homem que são os meus favoritos e viveria enamorado do amor.
Aos homens, lhes provaria como estão enganados ao pensar que deixam de se apaixonar quando envelhecem, sem saber que envelhecem quando deixam de se apaixonar. A uma criança, lhe daria asas, mas deixaria que aprendesse a voar sozinha.
Aos velhos ensinaria que a morte não chega com a velhice, mas com o esquecimento. Tantas coisas aprendi com vocês, os homens...
Aprendi que todo mundo quer viver no cimo da montanha, sem saber que a verdadeira felicidade está na forma de subir a escarpa.
Aprendi que quando um recém-nascido aperta com sua pequena mão pela primeira vez o dedo de seu pai, o tem prisioneiro para sempre. Aprendi que um homem só tem o direito de olhar um outro de cima para baixo para ajudá-lo a levantar-se.
São tantas as coisas que pude aprender com vocês, mas, finalmente, não poderão servir muito porque quando me olharem dentro dessa maleta, infelizmente estarei morrendo.


Alguns creditam esse texto a Gabriel García Marquez, mas não se tem certeza se é mesmo do autor, que, sem dúvida, é o meu preferido. De qualquer maneira, trata-se de um texto belíssimo, com o qual me identifico profundamente.

sábado, outubro 08, 2005

Jornalismo Investigativo

Repórteres experientes revelam bastidores de suas investigações

Jornalismo Investigativo é a primeira obra a revelar como foram produzidas matérias que mudaram o país nas últimas décadas
Resultado de uma série de entrevistas realizadas por estudantes de mestrado e doutorado da Universidade de São Paulo (ECA-USP) com os importantes repórteres brasileiros, sob orientação dos professores Dirceu Fernandes Lopes e José Luis Proença, o livro Jornalismo Investigativo já nasce como uma obra de referência tanto para estudantes como para profissionais da área de comunicação.
Instigante leitura, ele revela os bastidores, as técnicas e as preocupações éticas dos autores de algumas das mais discutidas reportagens realizadas nos últimos tempos em periódicos brasileiros. Até por isso, não é um livro restrito a quem tem interesse especial pela área de comunicação.
Entre os entrevistados encontram-se Bob Fernandes, Caco Barcellos, Fernando Rodrigues, Gilberto Nascimento, José Arbex Jr., Mario Sergio Conti, Percival de Souza, Raimundo Pereira, Ricardo Kotscho, Roberto Cabrini e Willian Waack.


Fonte: http://www.revistaforum.com.br

sexta-feira, outubro 07, 2005

Férias

Estou de férias da Redação do jornal. Adoro minha profissão. Gosto da adrenalina do deadline. Mas ficar longe do celular, do telefone, das CPIs, dos vereadores e deputados, dos megalomaníacos da polícia, dos erros de concordância e do nariz-de-cera é como se fosse só eu no mundo. E, por enquanto, eu me agüento.

quinta-feira, outubro 06, 2005

Que maldade.

Por que os bancários só entram em greve quando as contas vencem e os pagamentos são depositados?

terça-feira, outubro 04, 2005

Imparcial

A Veja é cada vez mais um exemplo de imparcialidade no jornalismo. A capa sobre 7 motivos para se votar contra o fim da comercialização de armas é uma prova disso. E este post é a prova de que devo estar me transformando num completo idiota e mentiroso. Abaixo a Veja!

segunda-feira, outubro 03, 2005

O tempo é um rio

"O tempo é um rio que leva ou afoga. Nesse rio, se nada. E nele, ninguém manda.
Os grandes homens foram os que entenderam bem os seus tempos. Entenderam que não amanhece porque o galo canta, mas que o galo canta porque amanhece."


Imre Madách